BRASIL

Quatro estádios têm audiodescrição para pessoas com deficiência visual

Em quatro estádios, os torcedores com deficiência visual podem acompanhar em detalhes tudo o que está ocorrendo no campo e nas arquibancadas. Está sendo oferecido o serviço de audiodescrição, durante o Mundial, nos estádios Maracanã (Rio de Janeiro), Arena Corinthians (São Paulo), Mané Garrincha (Brasília) e Mineirão (Belo Horizonte). Dois voluntários em cada local descrevem para esses torcedores, além do jogo, detalhes da partida, como linguagem corporal, expressões faciais e uniformes dos jogadores e brincadeiras das torcidas.

A audiodescrição pode ser acessada por meio de frequências de rádio. Quem quiser ouvir, deve levar um aparelho portátil de rádio ou telefone celular com receptor FM, além de fones de ouvido. O serviço está disponível durante os jogos nas frequências 103,3 FM em Belo Horizonte, 98,3 FM em Brasília, 88,9 FM no Rio de Janeiro e 88,7 FM em São Paulo.

Milton dos Santos Peres, que não enxerga desde que nasceu, só foi uma vez a um estádio de futebol, quando tinha 18 anos. “Deficiente visual vai ao estádio fazer o quê?”, diz. Agora, com 43 anos, voltou para ver um jogo da Copa do Mundo com o sistema de audiodescrição, no Estádio Nacional de Brasília – Mané Garrincha, para assistir à disputa entre Colômbia e Costa do Marfim, que ocorreu ontem (19). Para ele, as narrações tradicionais de emissoras de rádio durante as partidas de futebol são muito superficiais e insuficientes para as pessoas com deficiência visual compreendam o que está ocorrendo.

“A narração é feita para pessoas que enxergam, não dá muitos detalhes. Na audiodescrição, há detalhes mais específicos, como sinais, gestos, quando o juiz levanta a bandeira, quando alguém cai”, explica Peres, que é diretor de comunicação da Associação Brasiliense de Deficientes Visuais, costuma assistir a filmes com audiodescrição no cinema e em casa, e diz que o sistema ajuda muito a compreender as paisagens e os gestos das histórias.

A audiodescrição nos estádios é feita por locutores voluntários, que foram treinados. O projeto é uma parceria entre a Fifa, a organização não governamental Urece Esporte e Cultura para Cegos, do Rio de Janeiro; e o Centro de Acesso ao Futebol na Europa (Cafe). Em 2010, na Copa da África do Sul, a audiodescrição foi oferecida em seis estádios do campeonato.


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