BRASIL

Reportagem analisa a tática de Eduardo Campos para as eleições 2014

O pré-candidato a presidência Eduardo Campos (PSB) não parece estar disposto a esconder como será o seu posicionamento na região Nordeste durante a campanha deste ano. Em visitas recentes a diversos estados nordestinos, o ex-governador de Pernambuco tem deixado claro que não poupará a presidente Dilma Rousseff (PT) de suas críticas, mas que vai adotar uma postura elogiosa aos legados dos ex-presidentes Lula (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Em suas viagens, o socialista ataca um dos pontos críticos de Dilma: a falta de diálogo. Por isso, ele sempre reforça que está percorrendo o Brasil para ouvir prefeitos, governadores e a população, a fim de construir um plano de Governo que contemple os interesses de todos os brasileiros. “É fundamental para um presidente dialogar com os prefeitos de todo o país. Eles precisam de novos critérios de partilha da receita, para que os municípios possam melhorar seus serviços públicos”, disse em visita a Paraíba durante o mês de maio.

A crítica a falta de diálogo, na maioria das oportunidades, é seguida por trechos de seu plano de governo, ainda em construção, e que, diferentemente do Brasil que se vê em Brasília, teria interlocução com os cidadãos. “Os brasileiros acordam cedo, trabalham muito, pagam muito imposto e querem ver muito mais do que têm visto”, atacou Campos, em visita ao Rio Grande do Norte.

O reforço do combate ao Governo Dilma na região faz sentido. Em 2010, a presidente recebeu 18,4 milhões de votos nordestinos, mais do que o dobro do que seu concorrente à época, José Serra (PSDB), que recebeu 7,6 milhões. Previamente dominada por Lula, o Nordeste passou a ser considerado reduto certo dos petistas, o que causará problemas para Eduardo durante a campanha. E como defensor do legado de Lula, ele terá de se desdobrar para explicar a população porque devem votar nele e não em Dilma, sucessora e protegida política do ex-presidente.

Campos vêm se esforçando. Por onde passa diz que o Brasil cresceu com FHC e com Lula, mas que estagnou com Dilma. Critica a fragilidade econômica do país, a falta de perspectivas de crescimento e o inchaço da máquina pública. A solução para estes problemas? Eleger outro nordestino que, como Lula, teria a capacidade de entender os problemas do Brasil e, principalmente do Nordeste.

“Não tenho dúvida de que o Brasil vai votar homogeneamente na mudança, o país cansou desse jeito de governar, quer um novo jeito, sem corrupção, combatendo a inflação, baixando os juros. É fundamental para o Brasil como um todo, mas principalmente para o Brasil mais pobre, que é o Nordeste, e é essa região de onde venho, que eu conheço, que sei como as pessoas vivem, com tanta luta. Não tenho dúvidas de que vamos ganhar no Nordeste e que vamos ganhar no Brasil”, projeta o pré-candidato.
 

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