O senador Roberto Requião (PMDB-PR) protestou nesta manhã, pelo Twitter, sobre a possibilidade de o presidente interino, Michel Temer, ter ajudado o agora ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a "manobrar sua absolvição" com um acordo que resultaria na renúncia do deputado.
"Não vejo problema em Temer conversar com Cunha, mas compor com ele para manobrar sua absolvição é inaceitável. Claro e simples assim", protesta Requião, que é do mesmo partido de Temer e Cunha, mas grande crítico do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em meio a renúncia de Cunha, anunciada nesta quinta-feira 7, cresceram os rumores de que foi um ato combinado com Temer. O interino recebeu o deputado afastado no Palácio do Jaburu num domingo à noite há cerca de duas semanas e nos últimos dias recebeu um telefonema de Cunha, segundo o colunista José Casado.
Ontem, o jornal O Globo confirmou, em uma reportagem publicada após o anúncio do afastamento de Cunha, que o acordão pela renúncia contou com a participação direta do Palácio do Planalto. O acordo previa que o processo de cassação de Cunha voltaria da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para o Conselho de Ética na Câmara, dando sobrevida ao parlamentar.
"Este acordo, ou tentativa de acordo na Câmara, deixa clara a necessidade de acabarmos com a novela de impeachment e pensarmos no Brasil", protestou ainda Requião. "Se realmente o governo interino avalizou o acordo na Câmara com Cunha é chegada a hora de por fim a farsa do impeachment", reforçou.
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