BRASIL

Revista NORDESTE: Brasil pode ampliar negócios na Inglaterra com Brexit

Embaixador tranquiliza brasileiros que moram no país sobre mudanças decorrentes da saída da Inglaterra da União Europeia e prevê incremento de oportunidades entre os dois países

Por Marcelo Lima

Eduardo dos Santos é um diplomata de carreira. Ingressou na carreira diplomática em 1975. Em 1979 começou a carreira no exterior servindo na embaixada de Moscou. Já foi secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, 37 anos depois de receber o diploma de conclusão do Instituto Rio Branco de admissão a carreira diplomática. Foi Embaixador do Brasil no Paraguai, Suíça e no Uruguai. Hoje ocupa o cargo de embaixador do Brasil no Reino Unido. Anteriormente entre 1989 a 1992 e 1994 a 1999, já havia servido na mesma embaixada. Também passou pelas embaixadas de Buenos Aires, além da já citada Moscou. No Brasil, trabalhou nas Divisões da América Meridional I e II e nos Gabinetes dos Ministros das Relações Exteriores. O Embaixador Eduardo dos Santos foi também Assessor diplomático do presidente Fernando Henrique Cardoso, de 1999 a 2002, e Assessor Especial do Ministro da Fazenda, de 1993 a 1994. O embaixador é graduado em Ciências Jurídicas e Econômicas pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Revista NORDESTE: Como o senhor avalia o nível da diplomacia brasileira com os demais Países no Mundo diante de tantos conflitos entre Nações?
Eduardo Santos:
Somos uma diplomacia profissional que busca resguardar e promover os interesses do Brasil em todo o mundo. O Brasil, país que tem atuação global, necessita estar atento às demandas nos mais diferentes países, em termos das nossas relações políticas, de comércio, de cooperação acadêmica, científica, cultural, ambiental, etc.

NORDESTE: No caso especifico da Inglaterra, como o senhor define as relações bilaterais entre os Países?
Santos:
Nosso relacionamento bilateral com o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte é histórico e passa por um momento excelente. Nossa cooperação com o governo britânico é extensa e abrange diversas áreas. Por exemplo, a cooperação entre o Reino Unido e o Brasil na organização dos Jogos Olímpicos no rio de Janeiro em 2016, dada a experiência de Londres em 2012, foi muito relevante.

NORDESTE: O que muda para os brasileiros na nova fase da Inglaterra com o BREXIT?
Santos:
O BREXIT propriamente dito está em processo e a saída do Reino Unido da União Europeia, pelas regras do Artigo 50 do Tratado de Lisboa, deve ocorrer efetivamente após período de negociação de dois anos. Até lá podemos ter acertos transitórios entre o Reino Unido e a UE que talvez apontem para como seria a relação entre eles. No momento, nada muda para os brasileiros que estão no Reino Unido.

NORDESTE: Como maior Autoridade brasileira em solo inglês, que dicas o senhor daria aos brasileiros que pensam residir na Inglaterra?
Santos:
Aprendam inglês. É fundamental para o estrangeiro que reside em outro país falar a língua local. É a chave para o desenvolvimento profissional e uma vida mais rica em termos de aproveitar o que a sociedade local tem a oferecer.

NORDESTE: E quem quer aprimorar conhecimento, gerar intercâmbio, o que fazer?
Santos
: O Reino Unido oferece a estudantes estrangeiros praticamente uma infinidade de opções para estudo, tanto na graduação quanto na pós-graduação. As universidades estão entre as melhores do mundo. O programa Ciência sem Fronteiras propiciou a muitos brasileiros oportunidades de estudar no Reino Unido.

NORDESTE: Na sua opinião o que se deve esperar do novo momento da Inglaterra?
Santos
: O processo do Reino Unido estar se separando da União Europeia poderá gerar oportunidades de comércio para outros países, entre eles o Brasil e o MERCOSUL. Mas, no momento, ainda há muitas variáveis em jogo e o processo de desligamento ainda não começou.
 


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