BRASIL

Revista NORDESTE mostra descaso com a profissão jornalística

Violência e hostilidade durante a profissão do jornalista não é algo novo. Casos históricos como os de Vladimir Herzog e o de Tim Lopes lembram o risco que a profissão jornalística pode oferecer a seus profissionais. Desde a agressão verbal até a morte de um profissional, os relatos são muitos.

Trabalhando no portal Globo Esporte da Paraíba, o jornalista Phelipe Caldas já passou por situação constrangedora que quase chegou às vias de fato. “Durante a cobertura de um dos jogos do campeonato paraibano, estávamos cobrindo o evento e o dirigente de um dos times acreditou que nós estávamos fazendo uma campanha ‘contra’ o clube dele. Por conta disso, ele passou a me xingar e deu indícios de que pretendia me agredir fisicamente”, lembra Caldas. 

Ajudado por colegas que também cobriam o jogo, ele registrou o ocorrido para um eventual boletim de ocorrência ou mesmo para fazer uma matéria. “Isso deixou ele mais nervoso, precisando ser detido para que não viesse para cima de mim”, relata o jornalista. Na profissão há quase dez anos, ele afirma que já passou por diversas editorias, inclusive algumas que têm notoriamente uma periculosidade maior, como o jornalismo policial, mas que nunca tinha presenciado uma agressão do tipo antes. “Ainda por cima, não poderia revidar, pois, além de não ser do meu comportamento natural, jamais faria algo do tipo no exercício da profissão”, comenta.

O caso do repórter Raphael Polito, que trabalha atualmente na Record Minas, foi um pouco mais além. Certa vez, quando ainda trabalhava em São Paulo, ele e sua equipe estavam dentro da comunidade Paraisópolis, na Zona Sul, quando um protesto se iniciou, devido à morte de um adolescente no fogo cruzado entre a PM e bandidos.

“Naquela tarde, vimos os moradores queimando ônibus, virando carros, enfurecidos. Estávamos lá, quando o Batalhão de Choque chegou”, conta Raphael. Durante as horas seguintes, adentrando à noite, Polito e sua equipe fizeram a cobertura ao vivo, no começo do lado dos moradores, depois, atrás da barreira humana e de escudos da tropa paulista. “Eu narrava tudo escondido atrás de um poste quando um tijolo veio, não sei de onde. Me atingiu nas costelas e a dor foi terrível. Fiquei sem ar por alguns segundos que pareceram uma eternidade. Policiais e amigos da imprensa me ajudaram”, relata.

(Veja a matéria completa na edição nº 88 da REVISTA NORDESTE, já em todas as bancas do país)
 


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