BRASIL

Robinson Faria explica como o Rio Grande do Norte age para superar a crise

Robinson Faria vive um momento delicado a frente do Governo Rio Grande do Norte, com crises abertas em várias frentes. Em entrevista exclusiva veiculada na Edição 104(Julho) da Revista Nordeste, o governador fala sobre os seis primeiros meses de gestão e dos desafios que ainda estão por vir.  Em relação a crise entre Planalto e Congresso, ele acredita que “é preciso pensar primeiramente no Brasil, e deixar as questões políticas de lado".

 

Revista NORDESTE: Como o senhor avalia o primeiro semestre de 2015 pela ótica da realidade pública herdada e assumida?

Nós recebemos o Governo do Estado com um déficit de quase R$ 900 milhões. Todos os Estados e o país passam por uma forte crise, mas isso não nos intimidou. Pelo contrário, isso nos estimulou a buscar soluções, estamos trabalhando para transformar essa realidade de dificuldades, superar os obstáculos. Sou um otimista. Equilibramos as contas públicas, estamos pagando a folha dos servidores em dia, melhoramos a arrecadação, que, nos primeiros quatro meses do ano foi a única a crescer em todo o Nordeste e atingiu o segundo lugar em crescimento em todo o Brasil. Na área da saúde, conseguimos reabastecer os hospitais em 85%, estamos atuando firmemente para acabar com os atendimento nos corredores no maior hospital de Natal, um problema crônico que persistiu por vários governos. Na educação, passamos a pagar o piso nacional dos professores, na segurança pública promovemos de uma vez só 1.300 policiais militares – a maior promoção já concedida em toda a história do Rio Grande do Norte. Também na segurança adquirimos veículos e equipamentos, pagamos em dia as diárias operacionais – o que não vinha sendo feito – e vamos implantar em breve o Ronda Cidadã, um programa que vai levar o policiamento aos bairros, que é a polícia de proximidade, atendendo ao clamor por maior policiamento e segurança. Na área do turismo, reduzimos o ICMS do querosene de aviação, o que já proporcionou a duplicação da demanda por Natal como destino turístico e criou quatro novos voos para a nossa capital partindo de São Paulo, Campinas, Belo Horizonte e Buenos Aires. E nos próximos meses vamos ter novos voos partindo de Milão, na Itália e de Cabo Verde, na África. Reiniciamos as obras do acesso norte ao Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, composto por novas estradas e viadutos, que vamos concluir até o final deste ano. Estamos trabalhando também para consolidar o Rio Grande do Norte como sede do HUB da Latam no Brasil. Todos os esforços estão sendo feitos neste sentido por que o HUB representa investimento privado de R$ 5 bilhões e 12 mil empregos diretos apenas na sua fase inicial de funcionamento. Iniciamos o saneamento da capital do Estado e vamos chegar a 100 por cento até o final da administração. Isso representa melhorias na saúde pública, mais qualidade de vida para a população e menos custos na saúde, já que o saneamento previne várias doenças e evita contaminação do lençol freático.
No que se refere à geração de emprego e renda, temos um governo que oferece maior segurança jurídica às empresas que se instalam no nosso estado. Neste primeiro semestre, implantamos o licenciamento eletrônico e já concedemos 2 mil licenças ambientais a novos empreendimentos. Essas licenças permitirão a abertura de novos negócios que projetam a geração de 40 mil novos empregos. Essa movimentação da economia tem sido uma de nossas prioridades.

 

NORDESTE: Passados seis meses, o que o senhor identificaria como maiores problemas ainda a perturbar seu governo?

Robinson: Em seis meses fizemos muito. Mas é preciso fazer muito mais. Sabemos disso e vamos continuar planejando e investindo na segurança, na saúde, na educação, no turismo, na atração de investimentos, geração de empregos e renda. Na área dos recursos hídricos, por exemplo, vivemos hoje uma das piores crises da nossa história, com o quarto ano consecutivo de seca. Nossos reservatórios estão com capacidade em níveis críticos. Isso é resultado da falta de políticas públicas de combate à seca ao longo de décadas. Por muito tempo, no Rio Grande do Norte, se investiu apenas em políticas de governo, ações imediatistas para entregar obras paliativas para atender apenas as necessidades de momento, não visando o crescimento da população, da atividade econômica, a melhoria efetiva e duradoura da qualidade de vida. Nosso governo tem um programa de enfrentamento à estiagem. Em apenas seis meses reiniciamos as obras da Barragem de Oiticica, que vai garantir o abastecimento de água da região do Seridó. Assinei a ordem de serviço para reinício das obras da Barragem de Pau dos Ferros, que vai abastecer aquele município e outras 12 cidades do seu entorno. Hoje, ressalto, quatro destes 12 municípios estão gravemente afetados pela falta de água, sendo abastecidos por carros pipa. Vamos recuperar e instalar poços já perfurados e perfurar centenas de novos poços. Na segurança, apesar dos avanços que mostram a redução da violência e a redução dos casos de assassinato em 15% em apenas seis meses – quando a meta da ONU é reduzir 5% ao ano -, e reduzimos em 10% o número de roubos e assaltos, temos ainda problemas muito graves. A Polícia Militar do RN deveria ter hoje 15 mil homens em seus quadros. Temos menos de 9 mil. Por isso, uma de nossas medidas foi convocar os policiais cedidos a outros poderes e instituições, para incrementar o policiamento das ruas.
Na saúde temos mais de 20 hospitais regionais que não funcionam a contento e não cumprem sua função. Na região do Trairi e em São Paulo do Potengi, no Agreste, já demos início ao processo de cogestão municipal que irá alavancar os hospitais regionais. Esse programa se estenderá paulatinamente pelo estado todo. E em Natal não temos ainda um hospital específico para o atendimento de traumas. Mas estamos trabalhando para dar uma resposta, em breve, para essa situação.
 

NORDESTE: Mas deve haver algo positivo nesse processo. O que seria?

Robinson: Os resultados já alcançados são altamente positivos. E estimulantes. Uma pesquisa recente, feita pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern) no mês de junho, mostra que a população do Rio Grande do Norte aprova a nossa administração com grande índice percentual – 71,8%. Nosso governo pensa no hoje e no futuro do Estado. Planejamos, temos metas, motivação e capacidade de superação. É claro que temos deficiências e muito a fazer, mas eu avalio hoje a nossa administração – numa escala de 1 a 10 – com nota 8. Este número sintetiza esse espírito de motivação, superação, planejamento e alcance de metas que estamos conseguindo imprimir no governo do Rio Grande do Norte. Tenho certeza que nosso Governo vai dar certo, vamos transformar a realidade que encontramos e vamos fazer do Rio Grande do Norte, se não o melhor, um dos melhores estados do país para se viver.
 

 Acesse a versão online da Revista Nordeste e leia a entrevista na íntegra.


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