BRASIL

Sem Lula, Dilma dá a largada na campanha presidencial

Fugindo à regra que marcou toda a campanha presidencial de 2010, a presidente Dilma Rousseff vai discursar nesta noite para uma plateia de militantes do PT sem ter ao seu lado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma será a principal estrela da festa do aniversário de 34 anos do partido, que foi inteiramente idealizada para servir como ponto de partida de sua campanha de reeleição.

Lula, que tradicionalmente dá suporte à sucessora na hora de subir no palanque, estará em Nova York, onde fará uma palestra e terá uma reunião com o ex-presidente americano Bill Clinton.

Dilma, portanto, dividirá o palco com alguns dos principais candidatos do PT nos estados, como é o caso do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha e do senador Lindbergh Farias, que disputarão respectivamente os governos de São Paulo e do Rio de Janeiro.

A expectativa da direção partidária é de que mais de 2 mil pessoas compareçam ao Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo, escolhido para sediar o ato. Para o evento, o PT preparou um novo slogan, que deve ser incorporado à pré-campanha de Dilma: “Sempre em frente, sempre à frente”, diz o material que será usado para ilustrar toda a identidade visual relacionada ao aniversário do PT.

Embora não contasse com a ausência de Lula – segunda petistas houve uma confusão na agenda internacional do ex-presidente -, o PT decidiu encarar o evento de hoje como uma espécie de teste. De acordo com a direção partidária, o encontro acabará servindo para medir a capacidade de Dilma de puxar sozinha a militância, agora que já passou mais de três anos à frente do Palácio do Planalto.

Isso porque um dos pontos centrais da estratégia eleitoral do PT é justamente lançar Dilma e Lula em agendas de campanha independentes. Ou seja, duplicar a presença em colégios eleitorais estratégicos, atuando como se o partido tivesse dois candidatos à Presidência.

“É claro que o Lula conversa com as nossas emoções e tem uma relação inigualável com a militância do PT. Mas a avaliação que nós fazemos hoje é a de que, ao longo desses anos no governo, a presidente Dilma já adquiriu seu próprio simbolismo”, avalia Francisco Rocha, o Rochinha, integrante da direção partidária e um dos principais responsáveis pela estratégia de mobilização do PT.

Estratégia

Em tese, o ato desta segunda-feira tem por objetivo apenas dar a “largada simbólica” na campanha. Na prática, o PT já comanda todas as conversas para a montagem da equipe que cuidará da estratégia eleitoral e a definição de alianças.

Dilma escalou o novo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para comandar as conversas junto aos partidos que integram a base, tendo na reforma ministerial uma das ferramentas para selar os apoios para a corrida presidencial. Dilma, até agora, tem engatilhados os apoios do PMDB, PP, PSD, PROS, PTB, PCdoB, PDT, PR e PRB, e caminha para fechar PTB e PMN.

Em paralelo, o PT começou a definir a equipe de campanha, mas o número de integrantes da coordenação já confirmados ainda é pequeno. Além do coordenador-geral Rui Falcão, uma das confirmações é Edinho Silva, ex-presidente do PT paulista, que deverá cuidar da parte financeira da campanha.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com suporte informal de nomes como o ex-ministro Antonio Palocci, é quem vem liderando as conversas com empresários para alavancar as doações para a campanha presidencial petista.

(do site iG)


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