INTERNACIONAL

Sport Recife investe na estrutura para fazer frente aos maiores clubes do país

Único representante nordestino na Série A do Campeonato Brasileiro em 2015, o Sport Clube do Recife esteve no G4 (grupo dos quatro primeiros colocados, que garantem vaga para a Taça Libertadores da América) durante boa parte do campeonato. O Leão da Ilha, como é conhecido entre os seus torcedores, esteve durante a metade de cima da tabela durante praticamente toda a competição nacional, o que pode ser considerado um grande feito, diante das limitações financeiras que impedem times fora do eixo RJ-SP-MG-RS manterem elencos fortes e disputarem os principais campeonatos do país em pé de igualdade com os clubes dos quatro estados.

No Brasil, a grande parte do faturamento dos clubes de futebol é da venda dos direitos de transmissão das partidas para a televisão. Os times recebem esse dinheiro de forma desigual, equivalente aos tamanhos de suas torcidas e consequentemente a audiência que podem gerar as TVS, especialmente a Rede Globo, detentora dos principais torneios do país.

A maior queixa dos clubes fora do eixo não se dá simplesmente pelo fato de Corinthians e Flamengo receberem mais que os outros, mas pela diferença de valores. Para comparação, os três clubes do nordeste que hoje mais recebem cotas de TV são Bahia, Vitória e o próprio Sport, que estão apenas no 6º grupo de repasse receberão R$ 35 milhões a partir de 2016 – as duas equipes do Grupo 1 receberão R$170 milhões. Não é fácil concorrer com esse verdadeiro abismo financeiro. Para lidar com isso, o clube pernambucano tem investido em alternativas que permitam disputar competições nacionais em condições de se manter entre os primeiros colocados.

A primeira e provavelmente mais importante causa do sucesso do Sport é a administração. Hoje clube hoje é geranciado de forma extremamente profissional em todos os seus setores. Especialistas prestam consultoria, há metas estabelecidas para a gestão e hoje a agremiação é tratada como uma empresa.

Outro pilar da administração é a estabilidade financeira. A diretoria participou de Programas de Recuperação Fiscal para resolver pendências trabalhistas e tributárias. O clube mantém os salários de jogadores e funcionários em dia, dificuldade encontrada em boa parte dos grandes públicos do Brasil. Hoje 40% do elenco profissional é formado por garotos formados na base, o que alivia a folha de pagamento dos jogadores e já garante lucro. No mês de junho, o atacante Joelinton, então com 18 anos, foi vendido ao futebol alemão por R$ 7 milhões.

O investimento no marketing é mais uma das características da gestão. A patir da massificação da frase “Quem ama o Sport é sócio do Sport”, ganhou mais de 20 mil novos sócios só no ano de 2015 e tornou-se o 10º clube brasileiro com o maior número de sócio torcedores, ultrapassando, por exemplo, Vasco e Fluminense. No início de novembro, eram 42.570 cadastrados. Para efeito de comparação, o segundo nordestino melhor colocado na lista é o Bahia, com 24.021 sócios.

A reportagem está disponível na íntegra na edição 108 da Revista NORDESTE


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