BRASIL

Temer diz que Brasil superará crise e Dilma vai até 2018

Liderando uma comitiva de sete ministros e 51 empresários em missão empresarial à Rússia e à Polônia, o vice-presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira 14 que o Brasil vai superar a crise "com muita tranquilidade". Ele reuniu-se na manhã desta segunda-feira em Moscou com ministros e empresários para acertar os últimos detalhes da agenda política e empresarial da viagem oficial de quatro dias que inclui Varsóvia, na Polônia.

 

"Hoje pela manhã tivemos reunião com empresários brasileiros que estão aqui. Não só pudemos falar, eu e os ministros que me acompanham, como especialmente ouvimos os empresários. Foram sugestões extraordinárias que me fizeram crer naquilo que tenho acreditado há muito tempo: que nós vamos superar essa crise com muita tranquilidade, vamos enfrentar tudo isso com muita galhardia. Tenho certeza de que o empresariado brasileiro vai colaborar, o governo brasileiro está fazendo o possível", disse Temer, com exclusividade, à Agência Brasil.

 

Temer também disse ter certeza de que a presidenta terminará o mandato em 2018. "A presidenta está se recuperando cada vez mais e tenho certeza que terminará o mandato", disse Temer, após visita ao Pavilhão Brasileiro no World Food Moscow.

 

Segundo Temer, os cortes de gastos discutidos pelo governo ainda não estão definidos. Ele não quis comentar, porém, sobre um possível aumento de impostos para reequilibrar o Orçamento para 2016.

 

"Foi pregado intensamente no sentido que se façam os cortes. Mas os cortes não estão definidos ainda. Se houver cortes, acho que é um bom passo e um atendimento a vários setores que pleiteiam exatamente cortes", disse o vice-presidente.

 

Segundo o vice-presidente, é importante reforçar as exportações brasileiras e incrementar a relação comercial com a Rússia. "As exportações brasileiras enriquecem nosso país. Temos que incentivar e incrementar muito essas exportações. Vejo aqui na Rússia um grande interesse para acolher outros produtos, além de carne e soja. Vejo interesse em importar outros produtos, como minérios e acordos nas áreas de energia e de turismo."

 

Temer encerra a visita a Moscou na quarta-feira (16), quando vai presidir a 7ª Reunião da Comissão de Alto Nível Brasil-Rússia, ao lado do primeiro-ministro Dmitri Medvedev. O encontro termina com assinatura de ato, seguida de declaração à imprensa. Criada em 1997, a comissão é a mais alta instância de negociação entre os dois países. Nessa reunião, deverão ser tratados temas de cooperação econômico-comercial, energia, defesa, agropecuária, ciência e tecnologia e espacial.

 

"Vamos ter a comissão de alto nível com o primeiro-ministro Medvedev. As perspectivas são muito boas, temos oito acordos para assinar e temos certeza de que isso vai incrementar muito a relação comercial Brasil-Rússia", disse o vice-presidente.

 

Integram a comitiva oficial os ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu; da Defesa, Jaques Wagner; de Minas e Energia, Eduardo Braga; do Turismo, Henrique Eduardo Alves; da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho, da Secretaria dos Portos, Edinho Araújo, e da Aviação Civil, Eliseu Padilha. Kátia Abreu e Jaques Wagner chegam amanhã (15).

 

O ministro de Minas e Energia ressaltou que o foco da parceria de sua pasta com os russos está nas áreas de gás, tecnologia nuclear e linhas de transmissão. "Tanto a Gazprom quanto a Rosneft [empresas russas] estão no Brasil. A Rosneft tem inclusive uma posição forte na Bacia Amazônica em gás. E nós temos todo interesse em fortalecer e ampliar essas parcerias. Estamos também em conversações com empresas russas na área de linha de transmissões de energia. O Brasil está precisando atrair novos investidores para os nossos leilões de linha de transmissão, especialmente de longo percurso. São esses os focos que estamos discutindo com eles, além da questão da energia solar."

 

O ministro da Secretaria da Aviação Civil destacou que está tratando com os russos parcerias na aviação regional. "Eles têm uma experiência muito grande na aviação regional. Estamos com um projeto, que, segunda a presidenta Dilma [Rousseff], é a menina dos olhos dela, que é a implantação de 270 aeroportos regionais. Os russos têm bastante experiência não só no que tange a operação, mas especialmente no sistema de custeio, em como financiar. Nós estamos pensando num programa de subsídios, que eles aqui também têm, então vamos colher experiência neste sentido", afirmou Padilha.

 

O ministro do Turismo informou que o Brasil vai inaugurar um escritório do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) para aumentar o fluxo de turistas russos no Brasil. "No ano passado, recebemos 37 mil turistas russos, é muito pouco. Queremos receber muito mais, sobretudo com as Olimpíadas [do Rio de Janeiro em 2016] chegando. Temos um potencial enorme no turismo brasileiro. Hoje, 3,7% do PIB [Produto Interno Bruto], US$ 8 bilhões são do turismo em nossas contas [nacionais]. É muito aquém daquilo que podemos fazer num país continental como o Brasil", disse Eduardo Alves.

 

O ministro da Secretaria dos Portos, Edinho Araújo, informou que vai assinar termo de cooperação na Polônia, com a finalidade de atrair investimentos internacionais para o Plano de Investimento em Logística lançado em junho pelo governo federal.

 

No final da manhã, Temer e ministros encontraram-se com quatro bailarinos brasileiros contratados pelo Balé do Teatro Bolshoi: Mariana Gomes, Erick Swolkin, Bruna Gaglianone e David Motta Soares.


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