BRASIL

Temer e Lula se encontram e devem gerar clima de estabilização política

O ex-presidente Lula sempre defendeu maior integração do PMDB ao governo e melhor aproveitamento da liderança e da capacidade de articulação do vice-presidente Michel Temer. Eles têm um encontro hoje à tarde em São Paulo, para onde Temer já se deslocou. O encontro deve ser percebido como mais um sinal positivo a favor da estabilização política pelo mercado e por analistas políticos e econômicos. A escolha de Temer como coordenador político já produziu efeitos positivos nas últimas horas sobre o câmbio e a Bolsa.

 

Temer já está em franca movimentação para pacificar o PMDB e a base governista, sem descuidar do diálogo com o próprio PT, desmentindo avaliações pessimistas, como a do governador Tarso Genro, de que seu partido virou "acessório" no Governo.

 

No PMDB, ele articula a nomeação de Henrique Alves para o Turismo, com a acomodação do afilhado de Renan, Vinicius Lage, em outra posição no governo, e a indicação do novo ministro do STF – mais provavelmente Benedito Gonçalves, do STJ – em sintonia com o presidente do Senado, onde o indicado precisa ter seu nome aprovado. O encontro com Renan seria hoje mas acabou não acontecendo em função do encontro com Lula mas ele e Temer se falaram por telefone. Na semana que vem,

Temer vai se reunir com toda a bancada do PMDB na Câmara e com líderes dos demais partidos aliados, numa série de encontros que vêm sendo marcados. Em seu diagnóstico, a primeira queixa a ser respondida é a da falta de atenção do governo para com os parlamentares, que não conseguem ser recebidos sequer para resolver pequenos problemas. Destes encontros devem sair as orientações para o preenchimento dos cargos de segundo e terceiro escalões, o que não aconteceu nestes três meses do segundo mandato de Dilma por conta da crise política entre Planalto e Congresso.

 

A pacificação do Congresso pressupõe, também, um acordo mínimo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que resistiu mais que Renan à indicação de Temer. Só assim, avaliam pessoas próximas do vice, o governo voltará a contar com a maioria hoje flutuante e poderá resgatar a agenda legislativa, hoje totalmente controlada por Cunha na Câmara. Vide o projeto de terceirização de mão-de-obra, que o governo a contragosto viu ser ser aprovado ontem, sob protestos da CUT e movimentos sociais. E não conseguiu, sequer, passar a mensagem de que a iniciativa, que afeta as relações de trabalho, não foi sua, mas da Câmara.


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