BRASIL

Tensão política: Polícia Federal fará hoje exibição de vídeo da reunião ministerial de Bolsonaro

Em meio ao avanço do novo coronavírus, que já matou mais de 11,5 mil pessoas no país, a política promete um nível de tensão ainda maior e ser o centro das atenções, por causa da bateria de depoimentos, nesta terça-feira (11), para apurar se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal e cometeu crime de responsabilidade administrativa.

O destaque será a vinda do ex-ministro da Justiça Sergio Moro à Brasília para acompanhar, na sede da Polícia Federal (PF), a exibição do vídeo da reunião ministerial em que o presidente Bolsonaro teria ameaçado demiti-lo, pressionando pela saída de Maurício Valeixo da direção da PF. A presença de Moro é considerada fundamental para que ele dê um veredicto a respeito do vídeo: se é autêntico ou se foi editado, com a supressão de partes importantes do encontro.

A gravação foi entregue pelo governo à PF por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, que liberou para análise dos advogados do ex-ministro. Como ele estava na reunião, sua avaliação é crucial para conferir a autenticidade do material. A peça é considerada importante para ajudar na investigação sobre a tentativa de interferência do presidente na Polícia Federal, conforme denunciou Moro.

A gravação foi entregue pelo governo à PF por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, que liberou para análise dos advogados do ex-ministro.

A conclusão do ex-juiz Moro sobre o vídeo servirá de base para saber se é preciso uma perícia técnica no material. Se ele assegurar que não houve edição, como as cobranças para que Valeixo fosse afastado, por exemplo, não será necessário periciar tecnicamente o material. Caso seja comprovado, um processo de improbidade administrativa pode ser aberto e Bolsonaro será afastado do cargo provisoriamente por 180 dias.

Também serão ouvidos nesta terça, mas à tarde no Palácio do Planalto, os ministros Braga Netto, da Casa Civil; Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional; e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo.

Foram ouvidos ontem o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem. e o ex-diretor-geral da PF, Maurício Valeixo. Ramagem afirmou que tem o “apreço” da família do presidente, mas negou ter “intimidade”. Valeixo disse que Bolsonaro queria alguém com “maior afinidade” no comando da corporação.


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