RIO GRANDE DO NORTE

Transposição do São Francisco só chega ao RN em 2019

O Ministério da Integração Nacional marcou uma nova data para a chegada das águas da transposição ao Rio Grande do Norte: “No próximo ano”, disse  ontem o ministro Hélder  Barbalho ao participar do Fórum Mundial da Água,  em Brasília. “Próximo ano” foi o termo usado pelo antecessor de Barbalho, Gilberto Occhi, indicado pela então presidente Dilma Rousseff e que participou da programação final da Caravana da Transposição, organizada pelos bispos do Nordeste, que fez o trajeto inverso da transposição – da Barragem Armando Ribeiro, em Itajá/RN, a Cabrobó, em Pernambuco, onde conheceram a estação elevatória, responsável por colocar água do Rio São Francisco no primeiro trecho do canal da transposição.

Hélder explicou que para chegar ao RN, as águas ainda deverão passar pelo estado do Ceará, no reservatório Jati, para poderem seguir com destino a Paraíba e, aí sim, chegar ao Rio Grande do Norte pelo leito do Rio Piranhas. As obras correspondem ao Eixo Norte  da Transposição. Se antes a expectativa era de que o estado cearense já tivesse águas em janeiro deste ano, as previsões do titular da pasta são de que o projeto contemple o Ceará ainda neste semestre.

“Estamos acompanhando o cronograma para garantir que as obras possam chegar no reservatório Jati o mais rápido possível e com isso adentre ao cinturão das águas, permitindo que as águas possam chegar efetivamente para o estado do Ceará. A nossa previsão é que esteja no reservatório Jati ainda este semestre, adentrando para o estado do Ceará, e até o final deste ano, nós estejamos entregando água no Rio Piranhas no limite com o estado da Paraíba sinalizando para o lado Oeste do estado da Paraíba como também no momento seguinte para o estado do Rio Grande do Norte”, disse o ministro.

Sobre as previsões para o Rio Grande do Norte, Barbalho informou que serão necessárias obras no leito do Rio Piranhas-Açu, para possibilitar a entrada das águas. A questão está sendo discutida com o governo estadual para que não haja prejuízos, uma vez que, por ser leito natural de um rio que há muito tempo não é perene, a absorção da água é maior, explicou.

A experiência do Rio Paraíba – disse ele – “nos deixa muito otimistas de que isso não trará grande prejuízo. No Rio Paraíba,  conseguimos entregar no município de Monteiro até Campina Grande, nós em menos de um mês fizemos essa entrega em Campina Grande. Então nós compreendemos de que que, ao adentrar no Rio Piranhas, nós conseguiremos rapidamente fazer com que atravesse a fronteira com o Rio Grande do Norte.”

“Estamos fechando esse cronograma para, com a Agência Nacional de Águas, decidir quais são as intervenções necessárias e qual será a participação de cada ente federado.” O ministro evitou estabelecer datas para início das obras no Rio Piranhas.

Além do desassoreamento e revitalização do Piranhas, é necessário também concluir a barragem Oiticica, cujas obras se arrastam desde o governo Rosalba Ciarlini. A barragem tem capacidade para 592 milhões de metros cúbicos, mas as obras ainda não foram concluídas. Apesar de iniciadas nesta década, o projeto da construção de uma barragem no leito do Piranhas para reter as águas e, com isso, garantir o abastecimento de cidades da região, é antigo, anterior ao da Barragem Armando Ribeiro, que foi concluída em 1983.

Em 1967, o recém-empossado diretor elegia a conclusão do Açude Pau dos Ferros e o início da construção de Oiticica como prioridades do  Dnocs para 1968.

O projeto da transposição, que foi elaborado no final do governo Itamar Franco pela equipe do então ministro Aluízio Alves, e iniciado pelo presidente Lula, está com mais de 90% das obras concluídas. São 217 quilômetros de canais, aquedutos,  cânions escavados na rocha, seis estações de bombeamento e 12 reservatórios que regulam o volume de água. A Barragem Oiticica e as agrovilas são duas das obras ainda não concluídas.

Tribuna do Norte


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