INTERNACIONAL

Trump ameaça cortar auxílio para membros da ONU por votação sobre Jerusalém

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quarta-feira (20) cortar o auxílio financeiro para países que votarem a favor de um esboço de resolução da Organização das Nações Unidas pedindo que os EUA retirem sua decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel. A informação é da agência Reuters.

“Eles recebem centenas de milhões de dólares e até mesmo bilhões de dólares, e então eles votam contra nós? Bem, nós estamos olhando estes votos. Deixem eles votarem contra nós. Nós iremos poupar muito. Nós não ligamos”, disse Trump a repórteres na Casa Branca.

A Assembleia Geral da ONU, de 193 membros, irá realizar uma rara sessão especial de emergência na quinta-feira – a pedido de países árabes e muçulmanos – para votar em um esboço de resolução, que foi vetado apenas pelos EUA na segunda-feira no Conselho de Segurança da ONU, de 15 membros.

Os 14 membros restantes votaram a favor da resolução esboçada pelo Egito, que não mencionou especificamente os Estados Unidos ou Trump, mas expressou “profundo desapontamento com decisões recentes acerca do status de Jerusalém”.

Relação de nomes

A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, em uma carta enviada ontem a dezenas de Estados da ONU alertou que Trump havia lhe pedido para informar “sobre os países que votaram contra nós”. Ela ecoou sem rodeios este pedido no Twitter: “Os EUA irão anotar nomes”.

Diversos diplomatas seniores disseram que o alerta de Haley não deve alterar muitos votos na Assembleia Geral, onde tais ameaças públicas e diretas são raras.

Miroslav Lajcak, presidente da Assembleia Geral, se negou a comentar sobre as afirmações de Trump, mas acrescentou: “É direito e responsabilidade dos Estados membros expressarem suas opiniões”. Um porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, também se negou a comentar sobre as afirmações de Trump.

“Eu gosto da mensagem que Nikki enviou ontem nas Nações Unidas, para todas aquelas nações que recebem nosso dinheiro e então votam contra nós no Conselho de Segurança, ou votam contra nós possivelmente na assembleia”, disse Trump.

Reversão

Donald Trump reverteu abruptamente décadas de política externa dos EUA este mês quando reconheceu Jerusalém como capital de Israel, gerando irritação para palestinos e o mundo árabe e preocupação entre aliados ocidentais de Washington.

Ele também planeja transferir a embaixada norte-americana de Tel Aviv para Jerusalém. O esboço de resolução da ONU pede para todos os países se absterem de estabelecer missões diplomáticas em Jerusalém.

Um diplomata sênior de um país muçulmano, falando em condição de anonimato, disse sobre a carta de Nikki Haley: “Estados recorrem a este tipo flagrante de “bullying” [molestamento] somente quando sabem que não possuem argumento moral ou legal para convencer outros”.

Agência Brasil


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