BRASIL

Vice de Aílton Lopes diz que mudança virá “pelo voto ou pelas armas”

O candidato a vice-governador do Ceará Benedito Oliveira (PCB), também conhecido como Bené, não descartou o uso da luta armada para a implantação do comunismo no País. Segundo o vice na chapa encabeçada por Aílton Lopes (Psol), o que vai determinar se haverá luta armada ou não será o momento. “Nós defendemos o comunismo como saída para o trabalhador. O comunismo está na luta dos trabalhadores”, disse Oliveira na manhã de ontem, durante a série de entrevistas na rádio O POVO CBN.


“É um processo que começa com a conscientização dos trabalhadores, da luta do dia a dia. E nesse processo a gente faz a discussão da luta de classes. Se ela vai ser armada ou não quem vai determinar é o momento”, disse. Questionado qual seria esse momento, Oliveira disse defender a luta de classes dentro do processo eleitoral, mas que não sabe “se a gente vai mudar pelo voto ou pelas armas”.


Sobre a coligação “Frente de Esquerda Socialista”, que reúne Psol, PSTU e PCB no Ceará, Oliveira afirmou que “o que nos une é o programa político. É uma chapa que só tem trabalhadores”. Na semana passada, a candidata ao Senado da coligação, Raquel Dias (PSTU), disse em sabatina na TV O POVO que o seu partido já está se preparando para uma luta armada contra o Estado.


Greves violentas

Trabalhador da construção civil, Benedito Oliveira responsabilizou a Polícia Militar pelos casos de violência ocorridos durante greves da categoria. “Nós somos contra a violência, mas quem gera violência é o Estado. A polícia vai lá a serviço dos empresários aí vai ter um confronto, porque o estado burguês provocou os trabalhadores”, disse. “Se vai ter violência vai depender do trabalhador. Não tem como saber. (…) O nosso sindicato não é de armar os trabalhadores.”

Estatizações

Se eleito, Benedito Oliveira disse que lutará pela estatização do serviço público “na sua totalidade”, como transporte coletivo e bancos. “O transporte é um bem do povo e não pode ser mercadoria nas mãos de grandes grupos”. Segundo Oliveira, a reestatização de empresas como Coelce e BEC é um dos projetos do partido. “A gente sabe que vai ser uma confusão. O sistema financeiro é que determina a economia, e se ele está na mão de grupos privados não vai beneficiar o trabalhador”. O projeto incluiria também o setor de telefonia.

Adversários

Benedito Oliveira classificou os dois candidatos ao Governo do Estado que lideram as pesquisas de intenção de voto, Eunício Oliveira (PMDB) e Camilo Santana (PT), como candidaturas da “burguesia, das elites”. “Ambos são financiados pelos mesmos setores”, disse. Sobre a candidata do PSB, Eliane Novais, Oliveira ressaltou que até recentemente, o partido dela era do governo.

Governabilidade

Questionado sobre o modo como irá atuar com a Assembleia Legislativa, Benedito Oliveira afirmou que o projeto do PCB prevê que os trabalhadores determinem as ações do Legislativo. “Enquanto isso não acontecer, vai continuar esse sistema que esta aí hoje, que só gasta o dinheiro do trabalhador. O projeto do PCB é o projeto popular. E quem vai determinar o que o congresso vai fazer é o trabalhador.”

(O Povo Online/ O POVO CBN (FM 95.5))


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