BRASIL

Vila Olímpica coloca Paraíba no mapa de competições e modalidades olímpicas

Por Luan Matias

Inaugurada no ano de 1972, a então Vila Olímpica Ronaldo Marinho, rebatizada como Vila Olímpica Parahyba, sofreu por quatro décadas com a manutenção precária e as resoluções pontuais de problemas, o que acabou fazendo com que o passar dos anos causasse a deteriorização dos espaços e equipamentos utilizados nas práticas de diversas modalidades esportivas. Mas no ano de 2015, uma grande reforma mudou a realidade do local e colocou a Paraíba no mapa de algumas competições e modalidades olímpicas. “Aqui [no complexo] há R$ 32 milhões em dinheiro do povo paraibano”, disse o governador Ricardo Coutinho, durante a reinauguração, em março do ano passado.


O ginásio principal foi totalmente restaurado, a pista de atletismo ganhou um piso de alto padrão, várias melhorias foram feitas nos demais ambientes e, sobretudo, o parque aquático tornou-se o carro-chefe da vila. Foram construídos dois novos lotes de arquibancadas, duas novas piscinas e restauradas as já existentes.
Mas o grande destaque do parque aquático é a piscina de nado sincronizado, a única da América Latina exclusiva para a prática. “Eu estava tentando entender porque as equipes querem treinar aqui, se elas podem treinar em qualquer piscina de 50 metros. Mas tem um detalhe interessante: aqui existem três plataformas fixas, uma para os atletas e duas para os juízes, que ficam a disposição dos técnicos nos treinamentos cotidianos. Nas outras piscinas essas plataformas são montadas para as competições, mas aqui há possibilidade dos técnicos ficarem na posição dos juízes, vendo os atletas treinarem e terem uma visão privilegiada nos movimentos, o que consequentemente evolui a visibilidade do treinamento e o acompanhamento dos técnicos. Isso pode parecer insignificante para a gente, mas é de suma importância para o técnico”, destacou o gerente da Vila Olímpica, Antônio Meira.


O detalhe vem chamando atenção de equipes de outros países, que se preparam para os jogos olímpicos do Rio de Janeiro. A seleção russa de nado sincronizado tomou conhecimento da piscina da Vila Olímpica e escolheu passar 17 dias treinando na cidade. “A vinda delas aqui foi muito especial. É uma equipe tricampeã olímpica, tivemos contato com um outro nível de treinamento e compromisso. Elas treinavam 10 horas por dia aqui, nós notamos a diferença e o porquê delas serem tão boas, tão disciplinadas”, revelou Meira. As seleções americana e alemã de saltos ornamentais também estiveram na Vila, que também possui um ginásio com trampolins, piso emborrachado e cama elástica, fundamentais para a preparação em solo da modalidade. A confederação americana enviou colchões para o espaço, como forma de retribuir a recepção. “Todos eles querem voltar antes das olimpíadas para fazer a preparação final em João Pessoa”, complementou o gerente.


Algumas equipes de natação também fizeram contato, mas para essa modalidade seria preciso paralisar as atividades, o que prejudicaria a população e atletas locais.


Essa democracia é a grande característica da Vila. Aberta entre às 5 da manhã e às 22h, atende mais de quatro mil pessoas, matriculadas nas 26 modalidades oferecias, além de atletas locais que treinam no espaço e eventualmente seleções nacionais e internacionais. “Hoje queremos aumentar a presença de adolescentes aqui”, disse Meira. O local hoje também é utilizado como uma área de lazer pela população, como ponto de encontro, para tocar violão ou simplesmente assistir aos treinamentos.
 

Manutenção e dificuldades

O maior desafio da Vila Olímpica diz respeito a manutenção do espaço, que pelo seu tamanho exige investimento e mão de obra qualificada. Um problema encontrado antes da reinauguração foi na pista de atletismo, que apesar de ter recebido R$ 3,5 milhões de investimento e um piso do mais alto padrão, não pode receber competições de alto nível. É que ela possui apenas seis raias nas curvas e na reta oposta (para ser homologada pela Federação Internacional de Atletismo precisa de oito rais em todo o percurso). A falta de tabelas para a prática do basquete também foi detectada. Poucos dias após a equipe da NORDESTE ir até o local, praticantes de natação denunciaram, por meio de uma emissora de TV da cidade, que dua das piscinas estão interditadas e em alguns horários três turmas estão dividindo a mesma piscina. O gerente Antônio Meira disse que o problema, que seria no encanamento, deveria estar solucionado no mês de abril.

 

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