BRASIL

Vitória de Robson Conceição no boxe garante mais uma medalha ao Brasil

Robson Conceição garantiu, nesta sexta-feira, a quarta medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio. O baiano, de 27 anos, está classificado para as semifinais do peso leve (até 60kg) no boxe e, na pior das hipóteses, ficará com o bronze. A certeza do pódio veio com a vitória sobre Hurshid Tojibaev, do Usbequistão, dono do cinturão da APB, a liga semi-profissional da Associação Internacional de Boxe. A semifinal, no domingo, às 12h30, será contra o cubano Lazaro Jorge Álvarez, principal nome da categoria.

Dominando o centro do ringue e tomando a iniciativa, Robson aproveitou o barulho que a torcida fazia ao seu favor no Pavilhão 6 do Riocentro e venceu o primeiro round no entender dos três juízes. No segundo assalto, o usbeque foi mais agressivo, mas levou duros golpes no contra-ataque. O brasileiro era mais preciso e parecia não desperdiçar energia. Quando soltava a mão, tinha endereço certo.

Os árbitros não tiveram dúvida da vitória de Robson. Novamente os três viram 10 a 9 para o brasileiro, que só perderia a luta no terceiro e último assalto se fosse ao chão. O baiano, porém, castigou Tojibaev e garantiu a medalha com só um árbitro entendendo que ele perdeu o round.
A semifinal será contra o cubano Lazaro Jorge Álvarez, tricampeão mundial e ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (Canadá), no ano passado. Ele fez a preliminar da luta do brasileiro, passando como um trator pelo norte-americano Carlos Balderas Jr. Robson vinha de vitória na estreia contra Anvar Yunusov, do Tajiquistão. A luta, na terça, durou só um round, com o rival desistindo no primeiro intervalo.

A campanha de Robson no Rio confirma a retomada do boxe amador brasileiro, que desde 2010 vem conquistando medalhas em Mundiais e Olimpíadas. O próprio baiano vinha de prata na edição de 2013 do Mundial, disputado no Casaquistão, e bronze no ano passado, no Catar. Ele ainda é bicampeão do Campeonato Continental (o Pan-Americano do boxe), tendo vencido Álvarez na final do ano passado.

No Rio, Robson faz suas últimas lutas como amador. Ele nunca escondeu que tem o sonho de ser campeão mundial profissional, mas esperou até a Olimpíada para fazer essa migração. Everton Lopes e os irmãos Yamaguchi e Esquiva Falcão fizeram a transição durante o ciclo olímpico, deixando desfalcada a equipe que viria ao Rio.

Robson é mais um pupilo de Luiz Dórea, que esteve em seu córner no duelo desta tarde. O treinador, um dos grandes do MMA no século, trabalhou, entre outros, com o ex-campeão mundial Acelino "Popó" Freitas, com o campeão mundial amador Everton Lopes – que agora se arrisca no profissional -, e com Adriana Araújo, bronze em Londres-2012.

A boxeadora, aliás, lutou pouco antes e não passou da primeira rodada da categoria leve. Adriana, que fez uma campanha pré-olímpica muito discreta, perdeu logo na estreia para a finlandesa Mira Potkonen, em decisão dividida dos árbitros. Ela saiu do ringue inconformada com o resultado, alegando que venceu a luta.

Mais chances

O Brasil ainda tem outras cinco chances de medalha no boxe. O galo Robenilson de Jesus e o meio-médio ligeiro Joedison Teixeira estrearam com vitória e estão nas oitavas. O mosca Julião Neto faz sua primeira luta no sábado, enquanto o pesado Juan Nogueira já foi eliminado.

O mosca-ligeiro Patrick Lourenço era um dos candidatos a medalha e caiu na estreia, mas seu resultado foi compensado por outro boxeador do Vidigal, o meio-pesado Michel Borges, que no domingo encara o tricampeão mundial Julio de La Cruz, cubano, em luta que também já vale medalha.

No feminino, a peso médio Andreia Bandeira estreia no domingo contra Atheyna Bylon, do Panamá, campeã mundial em uma categoria abaixo. O confronto é válido pelas oitavas de final. As duas se enfrentaram duas vezes recentemente, no Mundial e no Campeonato Continental, com uma vitória para cada lado.

Chegando long

Se a meta do Comitê Olímpico do Brasil (COB) é somar medalhas suficientes para ocupar o Top 10 pelo total de conquistas nos Jogos do Rio, Robson Conceição já fez a parte dele. Classificado para as semifinais da categoria ligeiro (até 60kg), tem garantido que voltará para a casa com uma medalha no peito. A partir de agora, é brigar para que seja de ouro.

"Tenho certeza que posso chegar muito longe. Domingo é partir para cima desse cubano para mudar a cor da medalha", avisou Robson, que às 12h30 do próximo domingo encara o velho conhecido Lazaro Jorge Álvarez, cubano tricampeão mundial e ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no ano passado.

Os dois já se enfrentaram na decisão do Mundial de 2013, no Casaquistão, quando o cubano levou a melhor, e também na final do Campeonato Continental, o Pan-Americano do boxe, no ano passado, na Venezuela, quando quem ganhou foi o brasileiro.

"O Lázaro é uma atleta completo. Não à toa é tricampeão mundial, campeão olímpico. Tem bons resultados em todas as competições que ele vai. Mas estou bem treinado, tranquilo, consciente, e vamos atrás do desempate", disse Robson.

Ele lembrou que a derrota em 2013 foi por decisão dividida dos árbitros, depois de ele chegar à final com um corte no rosto e desgastado das fases anteriores do Mundial, enquanto que, no Continental, inteiro, venceu o cubano por decisão unânime.

No Rio, pode pesar a favor do brasileiro o apoio da torcida, que percebeu que, se bater os pés no assoalho da arquibancada provisória do Pavilhão 6 do Riocentro, faz um barulho ensurdecedor. No domingo, a expectativa é que as arquibancadas fiquem lotadas para ver o brasileiro tentar chegar à final olímpica.

"Agradeço o apoio da torcida, que está chegando junto, está torcendo, gritando. Dá essa energia positiva que está fazendo grande diferença", avalia o brasileiro, que admitiu que foi difícil ouvir as instruções vindas do seu córner, do técnico Luiz Dórea, em razão do barulho da torcida no Riocentro.

iG


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