BRASIL

Wagner Moura fala sobre como foi encarnar Pablo Escobar

Até o momento, a carreira de Wagner Moura dividia-se entre antes e depois de Capitão Nascimento, protagonista de Tropa de Elite 1 e 2, ambos filmes de José Padilha. Ao escalá-lo para interpretar o narcotraficante colombiano Pablo Escobar na série Narcos, que estreia dia 28, na Netflix, o diretor desafiou o baiano com um personagem que tem tudo para ser mais um divisor em sua vida artística.

“Foi um trabalho realmente ao qual me dediquei muito, tenho orgulho do resultado. É um personagem importante para o bem e para o mal da Colômbia”, afirma o ator, que passou um ano no país e teve que engordar 20 quilos para interpretar o mais rico e poderoso traficante da história.

“Tive que aprender uma língua pra fazer um personagem. O que ao mesmo tempo foi muito difícil, me jogou com muita violência, com muita força, dentro do universo dele”.

História latina
A primeira temporada do seriado tem dez episódios – todos disponibilizados de uma só vez para os assinantes do serviço de streaming de vídeo – e reúne atores latinos e norte-americanos. André Mattos, que também fez Tropa de Elite, é outro brasileiro do elenco.

“Me colocou num lugar de sentir que eu pertencia a algo maior do que ser brasileiro, pelo fato de estar trabalhando com atores de vários outros países e tratando de um tema muito latino. Nunca senti que estava contando uma história da Colômbia, que não tivesse a ver com a minha história”, diz Moura.

O enredo de Narcos gira em torno da figura de Pablo Escobar (1949 – 1993), mas, para Wagner Moura, se propõe a falar de um universo muito maior.

“É uma série sobre a origem do narcotráfico, uma questão no mundo inteiro, especialmente nos países pobres, produtores da América Latina. Não se pode falar de narcotráfico sem falar do Cartel de Medellín (rede de traficantes de drogas da cidade colombiana)”.

Wagner Moura se posiciona a favor da legalização das drogas no Brasil e contrário à política de enfrentamento a elas, de origem americana.

“Essa política não se dá do ponto de vista de quem consome, mas do ponto de vista de quem produz e, nesse sentido, é no México, no Brasil, onde os jovens de periferia estão morrendo, a polícia invade, tem troca de tiro, uma facção criminosa invade pra tomar e guerreia com a outra”.

“As drogas precisam ser vistas como um problema de saúde e não como um problema de polícia”, completa.

Carreira internacional
Narcos não é a primeira produção internacional da qual Wagner Moura participa. Em 2013, ele atuou em Elysium, longa hollywoodiano, contracenando com Jodie Foster e Matt Damon, e está escalado para o remake de Sete Homens e um Destino, de Antoine Fuqua.

Estrelar uma série original da Netflix aproxima o ator do que há de mais forte na produção audiovisual americana contemporânea. “A Netflix é uma empresa que tem mudado completamente a forma como as pessoas veem audiovisual. A gente vive uma época de ouro da produção de séries”.

 

Assista ao trailer de “Narcos”: 

 


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