BRASIL

Wellington Dias: “O Brasil precisa de um plano nacional de vacinação e de um programa emergencial de empregos”

Por Leonardo Attuch e Gisele Federicce – Um dos políticos mais experientes do País, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que está em seu quarto mandato e acaba de assumir a presidência do consórcio Nordeste, que reúne os governadores dos nove estados para ações integradas de políticas públicas, faz um alerta importante. “Estamos correndo o risco de uma explosão social nos próximos meses”, disse ele, em entrevista à TV 247.

Wellington Dias explica: nos próximos meses, dezenas de milhões de brasileiros deixarão de receber o auxílio-emergencial. E aqueles que continuarão recebendo o benefício, receberão valores menores. “O que segurou a economia até aqui foi essa rede de proteção social garantida pela oposição no Congresso”, afirma. “Quando isso desaparecer, o desemprego tende a disparar, se não houver a aprovação de um plano emergencial de empregos. Tentem imaginar o que é 39 milhões de pessoas perdendo renda do dia para a noite.”

Como presidente do consórcio Nordeste, Dias defende um amplo diálogo nacional, envolvendo oposição, partidos de centro e o governo federal para um plano emergencial de empregos. “Temos milhares de obras paradas que podem e devem ser reparadas”, afirma. Sobre as possibilidades de diálogo com o governo Bolsonaro, ele demonstra otimismo. “A urgência vai impor esse diálogo”, afirma.

Vacinação nacional

O governador afirma que a perspectiva de retomada das obras, e por consequência da economia, é viável porque a vacina contra a Covid-19 está próxima. “Assim como precisamos de um plano emergencial de empregos, precisamos também de um plano nacional de vacinação”, diz ele. Dias afirma que não deve haver preferência pela vacina russa, pela vacina chinesa, pela vacina da AstraZeneca ou pela vacina cubana. “O que importa é o critério científico e a validação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária”, diz ele.
Wellington Dias acredita que é possível organizar a vacinação de toda a população num prazo de três meses, desde que haja uma integração entre governo federal, estados e municípios. Ele também enfatiza que a relação com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, tem sido construtiva. Em relação ao caráter compulsório ou não da vacina, ele defende a liberdade individual, mas faz uma ressalva. “A liberdade de um termina onde começa a liberdade do outro. Se alguém decidir não se vacinar, precisa estar consciente de que sofrerá restrições para viajar, para trabalhar, para ter uma vida plena”, afirma. Na sua visão, a tendência é que, com esclarecimento, praticamente toda a população decida se vacinar.

O papel do ex-presidente Lula

Eleito governador em quatro ocasiões, sempre em aliança com outros partidos, Wellington Dias diz esperar não “pregar no deserto” sobre a necessidade de diálogo nacional. “Temos um país maravilhoso nas mãos, com um potencial gigante para produzir alimentos, vacinas, bens industriais e precisamos resolver nossos impasses políticos”, afirma. “Temos que sentar para o diálogo”.

Segundo ele, o Poder Judiciário tem uma dívida com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a ex-presidente Dilma Rousseff, que foi derrubada sem crime de responsabilidade. Dias afirma que Lula pode exercer um papel de liderança nesse momento em que o povo brasileiro enfrentará grandes dificuldades.


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