O presidente da Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP), Salimo Abdula, pediu hoje o apoio da Guiné Equatorial para a criação de um banco de desenvolvimento lusófono, projeto que remonta a 2014. Nesta quinta-feira, contudo, a expectativa está na atuação do executivo Nuno Anahory sobre painel para descrever novas oportunidades de negócio na CPLP.
Há ainda alta expectativa para ouvir a estrategista Andréia Catro,médica e blogueira de viagens, que viaja por todo o mundo e está vivenciando a rota da CPLP apontando novidades.
SALIMO ABDULA
Na sua intervenção durante a abertura da cimeira de negócios da CE-CPLP na Guiné Equatorial, Salimo Abdula considerou este projeto “muito importante” para a comunidade, pedindo “o apoio de todos e, em particular, da Guiné Equatorial” para conseguir avançar com a sua criação.
Um “banco ou fundo de desenvolvimento da CPLP, que possa apoiar e financiar projetos bons de pequeno, médio ou grande porte, ultrapassando assim a dificuldade de acesso ao financiamento que muitas vezes tem custo elevado”, acabando por os inviabilizar, disse.
O presidente da CE-CPLP recordou que a proposta de criação deste banco de desenvolvimento foi apresentada em 2014 na cimeira de chefes de Estado em Timor-Leste, adiantando que, apesar do “despacho favorável, não avançou”.
“Voltamos a rever o projeto e pretendemos deixá-lo ficar na Guiné Equatorial, na esperança de este país o poder dinamizar junto dos governos dos outros países membros”, afirmou.
No mesmo sentido, Salimo Abdula sublinhou a importância de criação de um tribunal arbitral para o espaço lusófono, outro dos projetos em que a organização empresarial tem estado a trabalhar.
“Este projeto encontra-se numa fase muito avançada”, disse, adiantando que está a ser trabalhada a definição de um modelo consensual cujos resultados deverão ser divulgados brevemente.
“Uma vez que os países da CPLP falam a mesma língua e têm ordenamentos jurídicos próximos, um tribunal arbitral traria mais eficácia para dirimir litígios entre empresários da comunidade”, considerou.
O presidente da CE-CPLP considerou que a cimeira de negócios, que decorre entre hoje e sexta-feira na Guiné Equatorial, visa contribuir para a consolidação do pilar económico e de cooperação empresarial do espaço lusófono, mas também apresentar aos empresários “o mais jovem país membro” da CPLP.
“Pretende-se ilustrar as várias potencialidades da CPLP e da Guiné Equatorial em particular, atraindo a atenção dos investidores”, disse.
Por outro lado, considerou que a entrada da Guiné Equatorial para a comunidade lusófona “sustenta a tese de uma CPLP economicamente mais forte, coesa e dinâmica” e reforça a sua capacidade “como um bloco produtor de petróleo e gás”.
“As maiores descobertas de recursos petrolíferos dos últimos 10 anos no mundo encontram-se nos países da CPLP”, apontou.
A cimeira de negócios da Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP) decorre até sexta-feira com a participação empresários de Portugal, Angola, Cabo Verde e Moçambique.
A Guiné Equatorial tornou-se em 2014 o nono país-membro da CPLP, juntando-se a Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
por RTP
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