Em entrevista à Revista Nordeste, o senador eleito e ex-governador do Piauí Wellington Dias fala sobre a transição para o Governo Lula III.  Integrante da Comissão de Transição, constrói pontes com o Congresso Nacional para o novo mandatário.

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Na equipe de Transição em curso a partir de Brasília na direção do futuro, consolida-se a missão especial do senador eleito Wellington Dias (PT/PI) a tratar de matérias urgentes em favor dos mais carentes da sociedade. Ele explica nesta entrevista ao jornalista Walter Santos.

Leia:

Revista NORDESTE – A realidade expõe uma missão super especial do senhor para concretizar no Senado fortes ajustes visando levar o Orçamento ser refeito com objetivo claro de garantir vários programas sociais, a exemplo do Auxílio Brasil, entre tantos outros projetos. O sr. acha que conseguirá dobrar o Centrão, principal avalista?

Wellington Dias – Quando olhamos o que aconteceu no governo atual foi algo como o padrasto que resolve pedir sacrifício dos enteados para dobrar dinheiro. ‘Agora todo dia, só tem o almoço, cortado o café e janta; também a água agora é um litro para cada pessoa para tomar banho… e por aí vai. E o dinheiro vai para farra. Assim, quando olhamos para o orçamento do Brasil para 2023, foram as famílias mais pobres que mais entraram nos cortes.

NORDESTE – Objetivamente como?

Wellington Dias – Ora, sem dinheiro para comida, remédio, merenda escolar, vacinas… e entendo que a decisão de recompor o orçamento é tarefa de todas as pessoas com sensibilidade humana. Ou seja, de verdade é fundamental abrir uma porta no teto e colocar os pobres literalmente para dentro do orçamento. Vai muito além das disputas eleitorais. Assim, o diálogo em voga tem sido bom e estou confiante que vamos chegar a um entendimento.

NORDESTE – Há informações confirmadas de que parte de sua articulação passa pelo presidente da Comissão de Orçamento do Senado, seu conterrâneo senador Marcelo de Castro, que já previu déficit de R$ 110 bilhões. Como resolver?

Wellington Dias – Há, concretamente, boa vontade nos presidentes senador Rodrigo Pacheco, do Senado Federal, deputado Arthur Lira, da Câmara Federal, do deputado Celso Sabino, presidente e membros da Comissão Mista do Orçamento na também evidente extraordinária boa vontade deste grande brasileiro, Senador Marcelo Castro, o relator do orçamento para 2023. Para se ter uma ideia, hoje a despesa primária da União com a proporção do PIB chega em 19%. Agora com a proposta apresentada, vamos fechar 2023 neste patamar criando um colchão de proteção aos mais pobres, cuidando de comida e outras necessidades de quem passa fome e cuidado especial das famílias que têm crianças, pois a família receberá os mesmos R$ 600,00 que já receberá em dezembro, e em janeiro do próximo ano e para frente, por que cortar? A fome não tira férias, eu já disse! E o remédio para quem precisa da farmácia popular para não morrer de pressão alta ou diabete, de câncer ou outra doença. Há necessidade ainda de reajuste para garantir a merenda às crianças na escola e alimentação nutritiva… as doenças já controladas voltando por falta de vacinas e falha na vacinação. Só que, com Lula presidente, tudo isto terá solução para proteger toda a população no que é essencial à vida.

NORDESTE – O que tudo difere conceitualmente?

Wellington Dias – Estamos diante de um presidente humano e que não assume para governar e sim para cuidar das pessoas. É disto que estamos tratando. Vamos garantir o espaço fiscal e valor extremamente necessário para cada prioridade do povo e também para cuidar dos endividados, apoio aos empreendedores, ganho real no salário mínimo, e mais investimentos para voltar o Minha Casa Minha Vida, melhoria das rodovias, obras paradas e em andamento para concluir e tudo para gerar emprego e renda…

NORDESTE – Cá pra nós, qual foi a incumbência do presidente Lula nesta fase da conjuntura?

Wellington Dias –  O presidente Lula, sob a coordenação do vice presidente eleito Geraldo Alckmin, pediu-me para coordenar entendimentos para garantir a adequação do orçamento do Brasil para 2023 e acompanhamento da execução orçamentária de 2022, para saber a real situação do Brasil, com líderes e técnicos do Senado e da Câmara, integrados com o TCU e equipes de transição. Em síntese, temos trabalhando muito e encontrando muita gente querendo ajudar ao Brasil e ao povo brasileiro.

NORDESTE – Na sua opinião, o PT e o futuro governo devem manter o atual presidente do Senado na presidência? E Artur Lira na Câmara Federal?

Wellington Dias – Separamos o trabalho sobre o Orçamento e acompanhamento da execução orçamentária, da eleição da Câmara e Senado. Pois ainda teremos os atuais parlamentares com mandato até 31 de janeiro de 2023, pois só em fevereiro tomam posse, incluindo novos eleitos e eleitas, a quem caberá a decisão sobre a mesa das duas Casas Legislativas, Comissões Técnicas etc.  A minha atribuição precisa ter solução agora, antes do recesso, nestes cerca de 35 dias que faltam. Tempo muito curto.

NORDESTE – como os senhores estão tratando o Orçamento Secreto e quando a sociedade vai saber quem recebeu quanto?

Wellington Dias – Na condição de Senador eleito pelo Piauí participo e dialogo com bastante disposição de parlamentares, até pelo risco de decisão do STF que ninguém sabe como será, sobre o tema das emendas. Daí abrimos diálogo para o próprio Congresso Nacional visando ajustar a política sobre emendas destinando a mais investimentos, mais transparência e prioridades apontadas pelo executivo em parceria com o Legislativo. E tudo com entendimento.

NORDESTE – Qual o papel da articulação do futuro governo com o Centrão e partidos conservadores?

Wellington Dias – O entendimento de agora até dezembro é sobre três pontos: orçamento, acompanhamento da execução orçamentária e pauta do Congresso até o recesso. No próximo ano, após a posse, organização da base de apoio, sob o comando do presidente Lula, do vice presidente Geraldo Alckmin e sua equipe. Evitando o toma lá e dá cá. Colocar o interesse do nosso povo nas prioridades. Será, pelo que aconteceu nas eleições, um campo amplo.

NORDESTE – Como garantir recursos para grandes propostas de recomposição das políticas sociais?

Wellington Dias – A recomposição de importantes propostas é a meta para reconstrução social e econômica do País por dinheiro nos programas no patamar já praticado no passado e para não só proteger, mas retirar pessoas da pobreza e pela via da educação, que será prioridade, ampliar a formação e investimentos que melhoram a qualidade de vida e gera mais empregos e faz o setor privado ganhar confiança e ampliar mais investimentos privados, passa por esse leque de ações. Vamos levar a classe média a ampliar a renda.

NORDESTE – Mas o que garante superação definitiva?

Wellington Dias – Lula já tirou o Brasil de uma situação ruim, de muitas crises em 2003 e fez o país melhorar. Bem mais grave agora? Sim, mas temos no Comando um Lula bem mais preparado, já com experiência de 8 anos de presidente do Brasil e contando ao seu lado com outro líder preparado, Geraldo Alckmin e boa equipe.

NORDESTE – Quando sua comissão deve concluir o trabalho transitório?

Wellington Dias – Com a aprovação do orçamento e finalização do ano de 2022, quando conclui a execução orçamentária.

NORDESTE– Qual o futuro dos 9 estados diante do seu trabalho voltado para orçamento 2023?

Wellington Dias – No trabalho de agora e para o mandato de senador levarei a importante experiência e muito compromisso com os projetos do meu Piauí e do Consórcio Nordeste

NORDESTE – Como se dará a articulação para apoio do Presidente aos 9 estados e do Consórcio Nordeste?

Wellington Dias – O presidente Lula será o presidente para unir o Brasil, cuidar de todos (as) brasileiros(as). E com muita gratidão e olhar especial pelo Nordeste, pode ter certeza! Ainda temos muitos desafios para mais igualdade com outras regiões do Brasil.

NORDESTE – A Reeleição de Fátima Bezerra e João Azevedo lhes credenciam para futuro comando no Consórcio?

Wellington Dias – São duas lideranças de grandes qualidades. Quem for para presidência se destacará ajudando a região a avançar para melhor. E contará com entusiasmo como meu modesto apoio!