Estados do Nordeste, a exemplo da Bahia, Paraíba e Pernambuco consolidam nova cultura de plantar uvas e produzir vinhos mudando a realidade social, antes sinônimo de seca

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Por Walter Santos

A realidade do Nordeste brasileiro, ao longo da história sempre estigmatizado pelos graves problemas advindos da seca produzindo alto índice de êxodo para o Sudeste, sobretudo, há anos vem atraindo novas culturas e investimentos, agora com inovação mercadológica por atrair o plantio e produção de uvas e vinhos em diversos estados, inclusive na Bahia onde pontifica a Miolo. Também em Pernambuco, a partir de lugares frios como Gravatá e Garanhuns, bem como na Paraíba já são evidentes o crescimento desse tipo de atividades vinícolas.

No caso paraibano, por exemplo, a região do Brejo onde se encontram algumas cidades do Circuito do Frio já está em fase de colheita de uvas Isabel e BRS Magna, e em janeiro de 2025 uvas finas como Syrah e Merlot, por parte de um novo projeto chamado Vinícola Gonçalves, que inspirou o investimento do condomínio Alteza de luxo em Bananeiras, que figurará como o primeiro condomínio residencial de alto padrão do Nordeste a produzir uvas para vinhos finos.

Também no Alto Sertão da Paraíba,na cidade de Sousa – há 423 km da Capital João Pessoa, se registra cultivo de uvas visando a produção de vinhos.

A FORÇA DA BAHIA

A Fazenda Ouro Verde, em Casa Nova, na Bahia, foi adquirida em 2002 pelo grupo Miolo. A marca produzida chama-se Terranova, com destaque para as variedades Shiraz e os espumantes. Lá,  também é produzido o Brandy Miolo.

Na vinícola TerraNova, são 200 hectares de vinhedos, com sistema de condução espaldeira e exporta aproximadamente 4,5 milhões de litros por ano. A TerraNova fica a 80 km de Petrolina.

TODA ESTRUTURA

Ao todo, são quatro marcas da Miolo com produtos em comercialização em território nacional e internacional. E mais dados:

 112 rótulos próprios, a maior oferta em produção nacional.

 10 milhões de litros produzidos anualmente e uma capacidade total de armazenagem de 17 milhões de litros.

 55 variedades viníferas cultivadas e 14 novas em teste.

 32 países para os quais os vinhos finos e nobres do grupo são exportados.

PERNAMBUCO EM VISTA

Em recente publicação no Diário de Pernambuco, foi confirmado que Gravatá terá 10 condomínios com vinícola. A Ideia do Vin Club Premiere é transformar a região em um novo polo de enoturismo e moradia de alto padrão em harmonia com a natureza.

O empreendimento, que ocupa uma área de 25 hectares, sendo cinco dedicados à vinícola, promete transformar a região em um novo polo de enoturismo e moradia de alto padrão no estado, voltado para quem busca um estilo de vida sofisticado em harmonia com a natureza.

A expectativa dos coordenadores do projeto é atrair investidores e moradores de todo o Brasil, impulsionando a economia local e promovendo o desenvolvimento sustentável.

O Vin Club Premiere contará com 37 residências e tem previsão de conclusão para 2028. As casas, divididas em cinco tipo logias que variam de 150 a 400 metros quadrados, seguem um padrão arquitetônico harmonioso com paisagismo cuidadoso e áreas comuns repletas de verde.

“Além de um condomínio imobiliário, tere mos vinhedos e uma vinicola de produção própria. O local terá uma área privativa reservada exclusivamente às casas e uma outra área reservada exclusivamente ao vinhedo e à vinicola”, explica Guilherme Guerra, sócio-fundador da GMG Premiere, desenvolvedora do empreendimento.

ESPAÇO GASTRONÔMICO

Guilherme Guerra conta ainda que a vinícola terá acesso aberto aos proprietários das casas e também ao público externo, algo que deve movimentar ainda mais o turismo no local. “Nós teremos também, integrado à vinicola, um terraço gastronômico, que estará à disposição do público, com operações gastronômicas e Wine Bar, onde as pessoas poderão fazer e receber seus pedidos”, afirma.

Além disso, o público poderá participar de degustações de vinhos, conduzidas por enólogos. Os terrenos são amplos, garantindo privacidade aos moradores, com distâncias laterais minimas de 10 metros e verticais de 25 metros entre as residências.