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Artilheiro espanta marmelada, Alemanha derrota EUA e ambos avançam

O empate era suficiente para que Alemanha e Estados Unidos, adversários nesta quinta-feira à tarde na Arena Pernambuco, ficassem com as vagas do Grupo G nas oitavas de final da Copa do Mundo. Levantou-se a suspeita de marmelada, de um “jogo de compadres”.

Acabou sendo bom para todos, mas os elementos que levaram à vitória da Alemanha por 1 a 0 estão acima de qualquer suspeita. Um jogo com altos e baixos, com os europeus se impondo na posse de bola e criando muitas chances, mas sem deixar de dominar os norte-americanos defensivamente.

Alemães comemoram a vantagem conquistada através do gol de Muller. Foto: Getty Images/Laurence Griffiths1/23
Com gol de Thomas Muller, um dos artilheiros do Mundial com quatro gols, a Alemanha assegurou a liderança da chave com sete pontos, e agora aguarda o segundo colocado do Grupo H nas oitavas de final, dia 30 de junho, em Porto Alegre. Já os Estados Unidos jogará em 1 de julho, em Salvador, com rival a ser definido ainda nesta tarde.

15 minutos de domínio

A chuva e o campo pesado não impediram que a Alemanha dominasse a posse de bola (chegou a ser de 78%) nos 15 minutos iniciais. Foram quatro chances claras de gol, metade nascidas pelo lado direito, com cruzamentos de Boateng. Aos 8, Mertsacker e Howedes se enroscaram na área e atrapalharam o que poderia ser o primeiro dos europeus.

Aos poucos, os Estados Unidos ganharam o campo ofensivo com contra-ataques, e Zusi quase marcou, aos 21 minutos, após troca de passes que culminou na finalização por cima do gol pelo lado esquerdo.

Apesar das chances criadas por ambos os lados, alemães e norte-americanos implantaram forte marcação no setor de meio de campo, e o clima ficou tenso em algumas divididas. O árbitro Ravshan Irmatov, do Uzbequistão, também ajudou a acirrar os ânimos entre os jogadores pelos critérios diferentes adotados em situações bem semelhantes.

Sobrou para ele protagonizar, ao lado de Jermaine Jones, o lance mais bizarro do jogo. Aos 28, o árbitro trombou involuntariamente com o jogador dos Estados Unidos, que caiu no chão com as mãos no rosto, como se tivesse sido agredido.

Após isso, apenas uma chance de gol, aos 34, em chute de Ozil espalmado por Howard. Só o clima tenso cresceu de produção ao fim da primeira etapa, com Schweinsteiger trocando “carícias” com Jones e depois batendo boca com Dempsey antes de as seleções irem para o vestiário.

Artilheiro ressurge

A Alemanha voltou do intervalo com Klose no lugar de Podolski. Com o atacante em busca da liderança isolada na artilharia da história das Copas (tem 14 gols, ao lado de Ronaldo), não havia argumento melhor para deixar as desconfianças de lado.

Foi outro artilheiro, porém, que deu as caras na Arena Pernambuco: Thomas Muller. Autor de três gols contra Portugal na estreia, o jogador igualou-se a Messi e Neymar na artilharia da Copa do Mundo, com quatro, com um belo chute de fora da área, pegando rebote de uma defesa de Howard na cabeçada de Mertsacker.

Logo após a Alemanha fazer 1 a 0, Gana e Portugal empatavam em 1 a 1 na outra partida pelo Grupo G. Era um momento delicado para os Estados Unidos, que ainda ocupavam a segunda colocação na chave, mas podiam ver a vaga nas oitavas de final em risco com outro gol dos africanos.

Os norte-americanos, no entanto, inexistiam no ataque, com apenas duas finalizações tentadas, ambas para fora. Não era por falta de vontade, mas a equipe treinada por Jurgen Klinsmann não se organizava ofensivamente. Um lance, aos 28 minutos, ilustra bem a bagunça. Bedoya e Jones trombaram ao tentar dar sequência a uma tabela.

Aos europeus, bastaram tocar a bola e esboçar alguns contra-ataques até o fim. Ainda houve tempo, antes dos acréscimos, para um torcedor vestido com uma camisa da Alemanha invadir o campo, ter seus segundos de fama e deixar o gramado praticamente sem ser incomodado pelos seguranças.

Os Estados Unidos também conseguiram criar as melhores chances de gol após os 90 minutos, com Bedoya e Dempsey, mas a bola não entrou. A frustração pela derrota durou pouco. Quando o placar eletrônico da Arena Pernambuco confirmou a vitória e Portugal sobre Gana por 2 a 1, os torcedores norte-americanos, maioria no estádio, vibraram a classificação às oitavas de final como um gol marcado, aos gritos de "USA!"

(iG)


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