CEARÁ

Audiência debate tombamento do campo de concentração de Senador Pompeu

 Episódio pouco difundido da história do Ceará, o campo de concentração do município de Senador Pompeu será tema de audiência pública, nesta sexta-feira (17), na Comissão de Cultura e Esporte da Assembleia Legislativa. O campo de concentração do município de Senador Pompeu, é um dos sete constituídos no Ceará, na seca de 1932, se encontra em processo de tombamento provisório pela Secretaria de Cultura e Estado (Secult). O processo de tombamento engloba os pontos históricos que fazem parte do sítio arquitetônico da “Barragem do Patu”. O termo pede o tombamento da “Vila dos Ingleses”, do “Cemitério” e do “Campo de Concentração do Patu”, além do registro do bem imaterial da “Caminhada das Almas”.

Segundo o deputado Renato Roseno (Psol), que solicitou a audiência, em 1932 o Estado viveu uma estiagem e foram construídos campos de concentração para que os retirantes da seca não chegassem em grande número a Fortaleza. “Dados oficiais contavam mais de 70 mil aprisionados”, observa.  Senador Pompeu  realiza há 30 anos, a Caminhada da Seca realiza, lembrando as vidas perdidas na estiagem de 1932.

O parlamentar assinala que, após muitas solicitações, ao longo de 20 anos, foi aberto o processo de tombamento provisório do campo de concentração de Senador Pompeu, na Secretaria de Cultura do Ceará. “Reconhecendo a relevância de tal processo e também a celebração de 35 anos de Caminhada pela Seca, solicitamos esta audiência pública”, justifica.

Os campos de concentração ou “currais do governo”, como eram chamados, eram a política pública dos governos federal e estadual, para enfrentar a seca, utilizados nas grandes estiagens de 1915 e 1932. “O gueto era vigiado por soldados, como em uma guerra. O objetivo era isolar os retirantes e evitar a invasão das grandes cidades pela miséria e por epidemias. A morte era rotina nos chamados “currais da fome”, criados pelo governo de Getúlio Vargas sob o disfarce de obra social para distribuir alimento. Ao todo, em 1932, construíram-se sete quartéis no Ceará e no Piauí, para onde foram levados 70 mil flagelados. A Vila dos Ingleses, em Senador Pompeu, era o maior deles – das 17 mil pessoas que passaram por lá, pelo menos mil morreram de fome e doenças”. Veja mais sobre os campos de concentração do Ceará no blog “Coisas de Cearense”

Brasil 247


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