Por Luciana Leão
Se depender do Governo da Bahia, o ano de 2024 já inicia com vários projetos saindo da esfera dos protocolos e passam a ser realidade na economia baiana.
A começar pela chegada da atual líder mundial de produção de carros elétricos, a chinesa BYD, com previsão de inaugurar sua unidade no Brasil, no Complexo de Camaçari, em 2024.
A montadora chinesa terá capacidade de produzir 150 mil veículos/ano e abastecerá o mercado latino-americano. Serão cinco mil empregos diretos e indiretos gerados.
O estado baiano também lançou o 1º Atlas de Hidrogênio Verde do mundo, durante a Cúpula do Clima, em Dubai, em dezembro, nos Emirados Árabes.
Dos ventos ao sol
2023 também colocou o estado nordestino como líder nacional em produção de energia eólica, com 33% de toda energia eólica produzida no país.
De acordo com números apresentados pelo Governo, em dezembro, são 294 usinas em operação; 65 em construção e 218 a iniciar o que resulta numa potência outorgada de 8,16 GW (isso é o que está em operação), e capacidade de abastecer 20 milhões de residências, ou seja, 56 milhões de pessoas.
Os números também são destaques no campo da energia fotovoltaica. Atualmente, na Bahia, a produção responde por 20% de toda energia solar produzida no país.
São 71 usinas em operação; 7 em construção e 556 a iniciar, com potência outorgada: 2,05 GW (usinas em operação) e capacidade de abastecer 3 milhões de residências ou 9 milhões de pessoas.
“Diria que 2023 foi um ano surpreendente. Bahia se consolida como um estado capaz de oferecer soluções em direção ao que o mundo aguarda, a descarbonização e uma transição segura para uma matriz energética limpa”, ressalta o secretário de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida, em entrevista à Nordeste.
Atlas do Hidrogênio Verde
Foi durante a participação na Cúpula do Clima, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em dezembro, que o Governo da Bahia fez o lançamento mundial do Atlas do Hidrogênio Verde.
“Fomos pioneiros e colocamos naquele momento, para o mundo, um instrumento, com base científica, para mostrar nossa capacidade de produção do hidrogênio verde”, acrescenta.
“Se o Hidrogênio Verde é o combustível do futuro, a Bahia será a “arábia” do século XXI”, pontua Angelo Almeida, ao fazer uma analogia aos líderes de produção de Petróleo.
Almeida lembra que o Atlas do Hidrogênio Verde é uma continuidade das iniciativas empreendidas por governos anteriores.
“O ex-governador Jaques Wagner iniciou esse trabalho já pensando nas mudanças climáticas e lançou um Atlas da Energia Eólica. Na sequência, Rui Costa entregou à Bahia e ao Brasil um Atlas da Energia Solar. Esses dois atlas fizeram com que os investimentos baianos, e de fora do estado, nos colocassem numa posição bastante favorável na geração e na distribuição dessas energias renováveis”, acrescentou.
Parceria
A elaboração do atlas foi uma parceria entre Governo do Estado e Senai Cimatec, com objetivo de realizar análises para o desenvolvimento da economia do hidrogênio verde na Bahia.
O estudo pretende ser um guia para facilitar o planejamento de projetos e pesquisas com hidrogênio no estado.
O atlas baiano identifica regiões preferenciais no estado para a implantação de hubs industriais voltados à produção de hidrogênio verde.
O modelo de análise foi desenvolvido com base em dados ambientais, sociais, econômicos, de infraestrutura logística existente e planejada e de disponibilidade de recursos hídricos e energia renovável (solar fotovoltaica e eólica).
O levantamento alcança os 27 Territórios de Identidade do estado.
*Conteúdo publicado na edição 203 da versão impressa e digital da Revista Nordeste, que pode ser lida na íntegra no APP da Nordeste, direto de seu smartphone (Apple Store e Play Store).
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