BRASIL

Bairros mais ricos de São Paulo registram aumento de contágio por coronavírus

A circulação do novo coronavírus voltou a crescer nas regiões mais ricas da cidade de São Paulo num ritmo que supera o contágio registrado na periferia. A constatação é do inquérito sorológico que a prefeitura paulistana apresentará na próxima semana. Preocupado com o resultado, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, antecipou o dado durante entrevista coletiva.

Segundo a investigação junto à população, houve um aumento de cerca de 56% do número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus nas classes A e B em comparação ao inquérito sorológico realizado em agosto com a população adulta. Os números absolutos não foram divulgados.

O índice quase o dobro do registrado entre os mais pobres. A suspeita da equipe de saúde municipal é que o contágio cresceu nos bairros mais ricos por causa de um aumento da circulação das pessoas nessas regiões motivado pela reabertura de bares, restaurantes e a volta ao trabalho presencial.

“Alguns números deixaram a secretaria (de Saúde) e a prefeitura preocupadas, como um aumento de 56% do número depessoas com o coronavírus nas classes A e B”, afirmou Covas. “Essa foi uma doença que começou na região central da cidade e depois atacou em especial a periferia. Mas agora esse inquérito está trazendo esse dado”, concluiu.

Risco de nova onda

O aumento de contágio nas classes A e B é preocupante porque representa uma inversão do comportamento da epidemia na cidade e pode apontar para uma nova onda da doença. A pandemia começou pelos moradores mais ricos e bairros com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) na capital, mas, logo, chegou à periferia, onde o contágio se deu em níveis mais elevados e por mais tempo. O quadro se mantinha assim até agosto, conforme o inquérito sorológico divulgado há cerca de duas semanas pela prefeitura.

” Não temos dados para afirmar que significa uma nova onda, mas precisamos ficar atentos”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.

O inquérito sorológico funciona como um retrato do comportamento do vírus. Os testes tentam mostrar qual percentual da população já teve contato com ele e, portanto, está imunizada.

Os dados do inquérito sorológico (é a quinta fase do estudo entre adultos) ainda estão sendo sistematizados, mas Aparecido antecipou que o crescimento nas classes A e B foi puxado por um contágio maior entre os mais jovens.

No mês passado, inquérito sorológico apontou que 11% da população paulistana havia sido infectada pelo vírus. Esse índice está em torno de 14%, segundo o levantamento deste mês.


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