PERNAMBUCO

Baobá em Olinda é derrubado para construção de via Metropolitana

Tombou o último dos baobás que ainda restiam no terreno da antiga ementeira Municipal de Olinda, no bairro de Jardim Atlântico. A árvore, também símbolo da resistência negra, foi subtraída para dar lugar à Via Metropolitana Norte, uma via de 61,1 quilômetros ligando as PEs 15 e 01.

A Promotoria de Justiça e Cidadania tentou impedir a continuação da intervenção, que não teria apresentado o Relatório de Impacto Ambiental (Rima), apesar da supressão de 13 hectares de área de preservação permanente nos bairros de Jardim Atlântico e Jardim Fragoso. Entre as mais de 1.300 árvores apontadas no inventário de destruição, estavam dois baobás plantados na sementeira. Mais frondoso, o primeiro a ser derrubado media 23 metros de altura e quatro metros de circunferência.

Para os povos de matrizes africanas, o baobá é a arvore que guarda os ancestrais. "É uma agressão à nossa história, à nossa ancestralidade e religiosidade, e demonstra o quanto a mentalidade dos nossos gestores e instituições públicas está desconectada com o clamor do mundo, que grita por um modelo de sociedade mais sustentável. Hoje o que assistimos é um grande culto ao concreto, que vem desconfigurando as cidades, as deixando totalmente sem vida, sem alma, ao ponto de não entenderem a importância histórica, simbólica e espiritual de um baobá", explicou, no início da obra, Guitinho de Xambá, o filho de santo do Terreiro Xambá, que agrega cerca de 500 fieis em São Benedito, em Olinda.

Diário de Pernambuco


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