O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), manifestou seu descontentamento nesta sexta-feira (23) em relação ao processo em andamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que poderá torná-lo inelegível. O ex-mandatário está sendo julgado pelos ataques direcionados ao sistema eleitoral brasileiro durante uma reunião com embaixadores em julho de 2022. Bolsonaro voltou a exigir que seu julgamento, iniciado na quinta-feira (22), siga os mesmos moldes do caso envolvendo a chapa Dilma Rousseff – Michel Temer, em 2017.
Naquela ocasião, eventos recentes não foram adicionados ao processo. Agora, a acusação solicitou a inclusão da minuta golpista encontrada na residência do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.
“Olha, espero que a justiça seja feita. Temos aquele precedente de 2017 que se tornou jurisprudência, no qual não se pode incluir outros fatos no processo original, assim como fizeram comigo, incluíram até o ocorrido em 8 de janeiro deste ano”, disse Bolsonaro em entrevista à Rádio Gaúcha, de acordo com o Metrópoles.
“Atrás desse voto de minerva, a Justiça Eleitoral não deve exigir para cassar mandatos, muito menos de presidente. E estão fazendo muito mais do que cassar mandato, caçando na origem, estão querendo me tornar inelegível na origem”, acrescentou mais à frente. Ainda segundo ele, o objetivo é “criar uma narrativa” para torná-lo inelegível.
Na quinta-feira (22), quando o julgamento no TSE foi iniciado, o ministro relator do caso na Corte Eleitoral, Benedito Gonçalves, e o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco, abriram caminho para a condenação de Bolsonaro.
Branco defendeu que o ex-mandatário fique inelegível em função da reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada em que Bolsonaro atacou as urnas eletrônicas e questionou, sem provas, a higidez do sistema eleitoral.
O julgamento, porém, foi suspenso por determinação do presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, e deverá ser retomado na próxima terça-feira (27). A tendência é que o ex-mandatário seja condenado e se torne inelegível por oito anos.
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