CEARÁ

Campanha tenta desvincular Porto das Dunas no Município de Aquiraz

Fileiras de casas de veraneio e grandes resorts circundam um dos parques aquáticos mais visitados da América Latina. Para além deste cenário, moradias são construídas anualmente no Porto das Dunas, transformando-o em um dos bairros mais rentáveis de Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. No entanto, moradores da região, insatisfeitos com a manutenção do espaço por parte do poder público, têm se mobilizado para que o Município deixe de ter o domínio sobre o Porto das Dunas.

O propósito, conforme representantes da Associação Uniporto, é de que, com o desmembramento do terreno, a responsabilidade pelo Porto das Dunas seja repassada ou para a Prefeitura do Eusébio ou para a de Fortaleza, escolhas justificadas pela proximidade geográfica, segundo os moradores.

A Prefeitura de Aquiraz é contra a medida e nega que “abandone” a área. Em nota, responsabiliza gestões anteriores por não terem feito um bom acompanhamento das ocupações imobiliárias ao longo do tempo no loteamento das dunas. “O Loteamento Porto das Dunas foi criado há mais de 30 anos, época em que o Município não possuía normas de infraestrutura urbanística abrangentes e rígidas para empreendimentos do tipo”, informou.

Dos problemas considerados mais urgentes, o consultor imobiliário Sonivado José de Lima, 56, cita quatro: falta de pavimentação, de iluminação, de segurança e de limpeza. Em relação à primeira, o secretário municipal da Infraestrutura, Napoleão Filgueiras Leite, diz que existe um processo licitatório em andamento para a contratação de empresa responsável por recuperar vias do bairro.


Dificuldades

Na tarde do último dia 9, O POVO visitou a área e viu que há locais em que tanto há construções abandonadas, acumulando entulho, como pilhas de lixo doméstico espalhadas por ruas esburacadas. “Estamos pedindo com prioridade o retorno da unidade fixa da Polícia Militar, já que se trata de um local de grande concentração de turistas”, declarou Sonivado, que integra a Associação Uniporto.

Admitindo que uma das dificuldades que agravam a questão da pavimentação é a falta de estrutura de saneamento básico, a Prefeitura de Aquiraz explicou que há quatro anos o Governo do Estado iniciou intervenções para abastecimento de água e esgoto, mas as obras foram paralisadas há cerca de dois anos.

A moradora Fátima Montezuma acrescenta às insatisfações os altos impostos. “O IPTU é altíssimo e a gente não tem retorno”, reclama.

Luana Severo
O Povo


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