POLÍTICA

Cardozo: Câmara deve fazer nova votação pós anulação do impeachment

O advogado-geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, defendeu em coletiva de imprensa em Brasília nesta tarde que seja realizada uma nova votação da admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, depois da decisão do presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), que anulou a sessão da votação.

Cardozo disse ter recebido um telefona do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), para saber se poderiam procurar Waldir Maranhão a fim de falar sobre o recurso da AGU apresentado à Câmara. Cardozo então procurou o deputado na última sexta-feira para questioná-lo sobre a falta de resposta ao recurso.

Questionado se teria tentado "convencer" Maranhão a aceitar o recurso da AGU, Cardozo respondeu que isso é o que todo advogado faz, "tentar convencer quem o julga". "Eu apresentei as minhas razões a ele, ele ouviu, enfim, agi como qualquer advogado faz", relatou.

O ministro ressaltou que o recurso da AGU foi apresentado "no prazo regimental", mas que uma pessoa, no caso a presidente Dilma, não pode ser lesada porque houve demora em sua apreciação, agora, com a decisão de Maranhão que anula a admissibilidade do impeachment, Cardozo acredita que deva haver uma "correção", com uma nova votação sobre o tema, uma vez que essa foi anulada.

"Nula a ação de autorização (admissibilidade), nulo o prosseguimento da matéria no Senado", disse Cardozo. O chefe da AGU lembrou que "parlamentares fizeram referências a realidade que nada tem a ver com aquele processo" ao votar pela aceitação do processo de impeachment na Câmara.

Cardozo negou que tenha sido "pouco republicano" seu encontro com Waldir Maranhão no domingo à noite e reforçou que não tem nada de errado em não ter colocado a reunião em sua agenda oficial, por se tratar de final de semana. "É absolutamente normal que assim seja", disse. "Não tem nada de pouco republicano".


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