BRASIL

Casal morto no RJ foi asfixiado por gás, aponta IML

Os laudos de exames de necropsia realizado em Mateus Correia Viana e Nathalia Guzzardi Marques, ambos de 30 anos, apontam que os corpos do casal apresentam “sinais gerais de asfixia, com coloração carminada dos tecidos, sugestivo de intoxicação exógena”. O documento, assinado pelo perito Claudio Amorim Simões, do Instituto Médico Legal (IML), o qual O GLOBO teve acesso, descreve que foram solicitados exames complementares que definam se a intoxicação ocorreu por monóxido de carbono. De acordo com a delegada Natacha Alves de Oliveira, titular da 14ª DP (Leblon), a principal suspeita até o momento é que os jovens tenham sido vítimas de um acidente doméstico, em decorrência de problemas no aquecedor a gás da água do apartamento onde estavam.

 

— A principal linha investigativa é no sentido de tratar-se de um acidente doméstico, decorrente da presença de aquecedor de água à gás no interior do banheiro, onde o casal foi encontrado. Segundo laudo de exame de necrópsia do IML, os corpos apresentavam sinais gerais de asfixia, sugestivos de intoxicação exógena, sendo solicitados exames laboratoriais complementares a fim de verificar se a causa da morte pode ser oriunda de asfixia por monóxido de carbono — explica a delegada.

Por volta das 15h15m, a mãe de Mateus chegou ao IML. Muito abalada, Emília Marta de Andrade Correia foi amparada por familiares e amigos que a esperavam no local. A mulher, que estava na Bahia, retornou às pressas após saber da morte do filho. A família deverá recorrer à Justiça para que o corpo do jovem seja cremado. O procedimento deverá acontecer na quinta-feira, em um dos cemitérios com complexo do Caju, na Zona Portuária do Rio. Já o corpo de Nathalia Guzzardi Marques, também de 30, deverá ser sepultado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Ainda não existem horários para a cremação e para o sepultamento.

 

Segundo pessoas ligadas a família de Mateus, os parentes querem que o corpo seja cremado. Eles deverão pedir autorização da justiça para que a cremação aconteça em um cemitério do complexo do Caju. Será a justiça que vai autorizar ou não.

 

De acordo com o perito Nelson Massini, professor titular Medicina Legal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a coloração carminada dos tecidos dos corpos de Mateus e Nathalia já é indicativo da intoxicação por monóxido de carbono. Ele afirma que provavelmente havia um problema no sistema de exaustão do aquecedor, que, em vez de jogar o gás por uma chaminé para fora do apartamento, o manteve dentro do banheiro. Segundo peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), que estiveram no imóvel durante a madrugada, o cômodo possuía um basculante, que estava fechado no momento do acidente.

 

— Recomenda-se muita cautela em espaços com instalação de aquecedores à gás, devendo-se assegurar que o mesmo se mantenha sempre ventilado, permitindo a circulação de ar. No inverno, acidentes trágicos do tipo se tornam mais frequentes, principalmente com crianças e casais — pontua a delegada.

 

Com O GLobo


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