ECONOMIA

CEF foca no Cliente para garantir mais serviços e produtos

 

Presidente da Caixa revela minúcias nas políticas de gestão para manter-se na vanguarda

 

 

Por Walter Santos

 

 

 

A cena atual brasileira diante de grandes instituições financeiras, a exemplo da Caixa Econômica Federal, convive com um mix de ações, projetos, inovações a envolver a CEF como grande parceira do Governo Federal a envolver habitação, financiamento a estudantes (Pé de Meia e FIES), microempresários além de saneamento urbano, concurso para novos economiários e, em especial, investimentos em TI para transformar a Caixa em modelo de agilidade na prestação de serviços.

 

Este conjunto de ações sintetiza a Entrevista Exclusiva do presidente Carlos Vieira à Revista NORDESTE. Eis, a seguir, a síntese:

 

Revista NORDESTE – Estamos ainda no início do ano, mas com a CEF anunciando uma série de iniciativas que expandem o atendimento à sociedade em diversos níveis? Como anda o processo de novo concurso de pessoal, as negociações do FIES e o acordo com Correios em todo País, por exemplo?

 

CARLOS VIEIRA – A CAIXA tem o papel de levar cidadania e dignidade para todos os brasileiros. A centralidade de tudo que fazemos está no cliente. E é importante ressaltar que o cliente da CAIXA é toda a população brasileira, principalmente a mais desassistida. Nesse sentido, a parceria entre a CAIXA e os Correios, por exemplo, é uma evolução histórica para o serviço público no país. Os Correios vão passar a prestar serviços da CAIXA à população em locais onde não existem agências do banco. Benefícios como PIS, Seguro-Desemprego, FGTS e pagamentos do INSS vão estar ainda mais acessíveis. Além disso, as lotéricas também poderão oferecer postagem e retirada de encomendas, por meio do chamado “Ponto de Coleta”.

 

 

 

 

Para ampliar ainda mais a capacidade de atendimento do banco, estamos fazendo um concurso público para contratação de mais 4 mil empregados. Recebemos mais de 1,5 milhão de pedidos de inscrição. A CAIXA também está em pleno processo de transformação tecnológica. Seremos referência na prestação de serviços digitais. A renegociação do FIES, que pode ser realizada de maneira digital, sem precisar ir a uma agência, já atingiu R$ 7,8 bilhões em valores recuperados, beneficiando milhares de estudantes.

 

 

Políticas Habitacionais

 

 

NORDESTE – Conceitualmente, qual o modelo e missão da Caixa nesta fase sob sua gestão diante de perfil de banco cidadão a inserir inclusive investimentos ampliados da casa própria?

 

CARLOS VIEIRA – A CAIXA assumiu nos seus 163 anos de história uma missão fundamental: cuidar dos brasileiros. O banco é o maior parceiro do Governo Federal nas políticas públicas que beneficiam a população, principalmente a mais carente. Fazemos parte das realizações do povo brasileiro, que confia no nosso banco para depositar suas economias e conquistar seus sonhos. Para cumprir essa missão, nosso foco está na qualidade dos processos, nas pessoas e na transformação digital.

 

Com relação às políticas habitacionais, a CAIXA é o banco que apoia o brasileiro no sonho da conquista da casa própria, mantendo-se líder de mercado no segmento imobiliário, apresentando 67,3% de market share em financiamentos imobiliários totais e protagonista no Programa Minha Vida (MCMV), com 98,9% de share. E quando se fala em investimentos na casa própria, estamos falando em toda uma cadeia produtiva. Para se ter uma ideia, a originação de crédito recorde no imobiliário em 2023, com 694,3 mil imóveis financiados, beneficiaram mais de 2,7 milhões de pessoas com acesso à moradia própria, gerando mais de 1,3 milhão de empregos, impulsionando o crescimento das cidades e a economia nacional.

 

NORDESTE – E fica por aqui?

 

CARLOS VIEIRA – Claro que não. Outros pontos que merecem destaque quando falamos em políticas de habitação é a promoção da segurança habitacional, saneamento básico e saúde. Além disso, reduzimos a exposição das famílias às insalubridades. A cada R$ 1 investido na construção de lares, economizamos R$ 9 em saúde pública.

 

NORDESTE – É visível que o programa “Minha Casa, Minha Vida” é a cereja do bolo em torno da CEF na correlação com a sociedade. Qual o volume de entrega que o Sr espera ver sua gestão entregar ao país? Qual o tamanho da Classe Média nesse contexto?

 

CARLOS VIEIRA – Até 2026, em parceria com estados e municípios, a meta do Governo Federal é contratar 2 milhões de novas moradias. Somente em 2023, a CAIXA contratou 500 mil unidades habitacionais. Estamos trabalhando todos os dias para alcançar esse resultado. Há muito tempo não havia uma atenção ao programa Minha Casa, Minha na Faixa I.

 

Nós estamos dando esse foco. A classe média pode ser considerada o motor deste país. Com a centralidade de nossas ações nos clientes, oferecendo as melhores condições de atendimento e negócios, com foco no digital, nós pretendemos conquistar e manter cada vez mais próxima da CAIXA essa importante parte da população brasileira.

 

Diálogo Político

 

NORDESTE – Como o Sr tem tratado a imensa demanda da classe política, em especial partidária, de querer atrair apoio sistemático da CEF aos seus projetos em diálogo com bases municipais? Qual o tamanho em cifras dessa demanda sem fim? Como resolver ?

 

CARLOS VIEIRA – A CAIXA tem uma missão muito clara, como já citamos, de cuidar da população brasileira, principalmente a mais carente. E para isso só temos uma opção: agir com total transparência, respeitando todas as regras de governança. A CAIXA é um banco transversal, dialoga com investidores, empresários, parlamentares e com a população brasileira.

 

O banco é o grande parceiro dos municípios e dos estados brasileiros para promover o desenvolvimento econômico, investir em infraestrutura e alcançar a população mais desassistida com as políticas públicas e benefícios sociais do Governo Federal. Isso só acontece com muito diálogo e ações concretas.

 

Em 2023, investimos mais de R$ 15 bilhões em infraestrutura e saneamento. O banco está aberto ao diálogo e às ações de todos os atores produtivos deste país, desde que beneficiem a população brasileira, e ressaltando sempre: com governança e transparência.

 

Tecnologia e Inovação

 

NORDESTE – De que forma, a inovação através da Tecnologia da Informação e/ou Ciência e Tecnologia está na ordem de prioridades de sua gestão? Quanto pretende investir nos diversos níveis ?

 

CARLOS VIEIRA – A CAIXA está em pleno processo de transformação. Seremos referência na prestação de serviços digitais. Vamos reduzir os custos da famílias mais carentes, que destinam parte dos recursos escassos para poderem sacar seus benefícios.

 

Estamos investindo em infraestrutura, pessoas e capacitação. Com o novo concurso, teremos mais 2 mil empregados focados em tecnologia. A revolução digital encurta distâncias, facilita a vida de milhares de pessoas, mas dificulta para quem não está inserido no vasto universo da informática. Portanto, nós focamos tanto na jornada digital dos clientes, quanto no acesso da população mais carente a essas tecnologias.

 

Cultura

 

 

NORDESTE – Um segmento sempre previsível da Caixa é o artístico – cultural. A dados de hoje quanto a CEF pretende investir e/ou abrigar os muitos projetos na área?

 

CARLOS VIEIRA – A CAIXA Cultural está presente em sete cidades: Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. No último ano programa de ocupação dos espaços, investimos R$ 50 milhões, com impacto direto na criação de 8,4 mil empregos no setor cultural. Os espaços culturais do banco têm uma programação plural e de qualidade, gratuita ou com preços acessíveis. Dessa forma, a CAIXA Cultural proporciona aos brasileiros o acesso a diversas manifestações da arte e das culturas nacionais. A CAIXA também preserva e divulga um acervo artístico composto por quase 2 mil obras de artistas brasileiros, entre pinturas, esculturas, gravuras, desenhos e fotografia.

 

Apoio à educação

 

 

NORDESTE – É visível o interesse do Governo Federal de ampliar programas que resolvam o FIES e o apoio efetivo à presença estudantil na sala de aula. O que o Sr tem a dizer?

 

CARLOS VIEIRA – Com o programa Pé-de-Meia, a CAIXA vai ajudar o Governo Federal a acabar com a evasão escolar e permitir que todos os alunos tenham um futuro melhor e se profissionalizem. Nós vamos fazer todos os esforços necessários para que os estudantes só se preocupem com apenas uma coisa: estudar. Os alunos do ensino médio que apresentarem frequência escolar adequada vão receber apoio financeiro de R$ 2 mil por ano para seguir na escola. Se passar de ano, o aluno ganha um bônus de R$ 1 mil. Essa é uma parceria do banco com o Ministério da Educação e o Governo Federal, uma política pública de grande impacto social para hoje e para o futuro deste país.

 

Já foram abertas 2,5 milhões de contas digitais para ajudar esses alunos a concluírem o ensino médio. Como sabemos, infelizmente é nessa fase da vida que milhares de jovens abandonam os estudos para trabalharem e ajudarem a sustentar suas famílias. O Pé-de-Meia vai mudar essa triste realidade e permitir que os estudantes concluam o ensino médio.

 

Além disso, é importante destacar que essa é uma excelente oportunidade para oxigenar e rejuvenescer a base de clientes da CAIXA. Com relação ao FIES, como dissemos, estamos trabalhando firmemente na renegociação de dívidas. Já são mais de 175 mil adesões às regras de renegociação, aliviando a vida dos estudantes e gerando uma recuperação de mais de R$ 7,8 bilhões.

 

Desigualdades regionais

 

NORDESTE – no espectro conceitual de sua gestão, como a Caixa trabalha a perspectiva de contribuir com a redução das desigualdades regionais no país, em especial envolvendo o Nordeste e o Norte do Brasil?

 

CARLOS VIEIRA – A CAIXA é a maior parceria do poder público para o desenvolvimento regional. Como um banco social, temos o dever de apoiar a população mais desassistida. Para isso, investimos em 2023 mais de R$ 15 bilhões em infraestrutura e saneamento. O saldo total do banco para essa área é de quase R$ 100 bilhões.

 

Essas operações estão diretamente ligadas ao desenvolvimento nacional e fazem parte do escopo de atuação estratégica do banco. Do ponto de vista de beneficiar a população para as medidas sociais do Governo Federal, a CAIXA amplia seus canais de acesso com a parceria com os Correios, com foco especial no Norte e Nordeste.

 

Os Correios tem postos em localidades onde não há uma agência do banco. Estes locais vão prestar atendimento à população para facilitar acesso aos benefícios sociais a que têm direito. Portanto, com exemplos como esses e valores superlativos de investimento, a CAIXA diminui distâncias para a população, viabiliza políticas públicas e promove grandes obras de transformação.

 

Geração de Renda e Emprego

 

NORDESTE – O que o Sr projeta de futuro como carimbo de sua gestão à frente da presidência da CEF? O segmento privado tem sido atendido em que nível para empregar mais e reduzir desemprego?

 

CARLOS VIEIRA – A CAIXA atua diretamente para geração de renda e criação de empregos no país. Somente com ações a partir do mercado imobiliário, o banco ajudou a criar 1,3 milhão de empregos. De outro lado, a CAIXA investe no setor produtivo com apoio ao desenvolvimento regional, às parcerias público privadas e com uma carteira de crédito para pessoa jurídica que alcançou R$ 97,3 bilhões em 2023.

 

Vale destacar a renovada parceria da CAIXA com o BNDES para criação de iniciativas para acesso ao crédito das micro e pequenas empresas. A retomada da parceria entre CAIXA e BNDES também poderá prever acesso a crédito para catadores de recicláveis. A CAIXA já foi o principal agente financeiro para micro e pequena empresa no Brasil e tem interesse em retomar essa atuação, principalmente para atender cadeias produtivas. Uma medida já em implantação é a criação de uma conta 100% digital para os micro e pequenos empresários que em breve lançaremos.


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