BRASIL

Centrais sindicais fazem paralisação como ensaio para greve geral

As centrais sindicais realizam nesta sexta-feira (29) um dia de ampla paralisação do setor produtivo, com a intenção de levar trabalhadores de todo o Brasil e de diversos setores a cruzar os braços em fábricas, escolas, no transporte público.

Há protestos e paralisações em Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

A ideia da manifestação, segundo as centrais participantes, é causar prejuízo ao patrão para chamar a atenção para o fato de o custo do ajuste fiscal estar sendo imposto à classe trabalhadora. A manifestação é contra a terceirização, contra as MPs 664 e 665, em defesa dos direitos e da democracia.

São Paulo

Por volta das 8h, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrava trânsito acima do normal para o horário. Ao menos 121 quilômetros de vias estavam com lentidão ou tráfego parado na região do centro expandido, espaço que fica entre as marginais Tietê, Pinheiros e o centro da cidade.

Entre os bloqueios estão a Ponte das Bandeiras, com fechamento de duas faixas de rolamento na Avenida Santos Dumont, sentido Santana. Há ainda interdições no cruzamento da Rua Afrânio Peixoto com a Alvarenga, rumo à Universidade de São Paulo (USP) e na Avenida Nações Unidas, próximo a Ponte do Socorro, em direção à Rodovia Castelo Branco.

De acordo com integrantes das centrais, cerca de 500 pessoas participam da manifestação. A Polícia Militar estima que 150 pessoas estejam no protesto. O objetivo dos manifestantes é seguir em caminhada até o Parque Dom Pedro, no centro da cidade, próximo à Prefeitura.

Eduardo Chicão, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores da Energia, Água e Meio Ambiente (Fenatema), explica que a terceirização poderá precarizar o trabalho no país. “O que estão fazendo hoje em âmbito nacional, em propaganda pelas empresas, é dizer que a regulamentação da terceirização é boa para o Brasil, isso não é verdade. Vai precarizar o serviço e o sistema de trabalho no Brasil. O que eles querem é maximizar os lucros deles, em detrimento dos salários dos trabalhadores”, disse ele.

Renê Vicente dos Santos, vice-presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), disse que a terceirização será prejudicial aos trabalhadores. “O projeto vai precarizar as condições de trabalho, retirar os direitos que temos hoje garantidos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Temos uma preocupação muito grande”, declarou.

Na grande São Paulo a paralisação dos ônibus é parcial nas cidades do ABC e em Guarulhos. Em Mauá, funcionários de duas empresas pararam. Em Diadema, trabalhadores de também estão parados.

Na Baixada Santista, a principal via de acesso ao Porto de Santos está interditada no sentido Guarujá, na altura quilômetro (km) 268 . As interdições provocam filas de dois qulômetros. Mais cedo, entre às 5h40 e 7h30, os dois lados da rodovia foram bloqueados.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, as manifestações contaram com a adesão dos trabalhadores da General Motors. Na cidade as atividades foram paralisadas. O sindicato informou que há greve por 24 horas na empresa Avibras e mobilizações entre os metalúrgicos da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer).

Minas Gerais

Mesmo com a decisão do Tribunal Regional do Trabalho em Minas Gerais (TRT-MG), determinando que os metroviários cumpram escala mínima com 50% dos trens circulando, a categoria optou por manter a paralisação geral nesta sexta-feira (29). Com isso, no início desta manhã, não há viagens de metrô.

O ato faz parte do movimento da Greve Geral, que acontece em todo o país. Além do metrô, estão previstas paralisações em escolas estaduais, municipais, Correios, de funcionários de call center's e dos funcionários da saúde da Prefeitura de Belo Horizonte, que estão em greve desde o início desta semana.

O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) também vai participar das manifestações e não estão descartados bloqueios em vias do centro da capital e em rodovias federais e estaduais.

Porto Alegre

Apesar da decisão judicial que proibiu na quarta-feira (27) a realização de piquetes nas empresas de ônibus em Porto Alegre (RS), trabalhadores fecharam na madrugada desta sexta-feira (29) a porta da garagem da Companhia Carris, que atua no transporte coletivo da cidade.

Há um piquete de motoristas e cobradores neste momento no local. Eles participam do Dia Nacional de Paralisação e Manifestações Rumo à Greve Geral, convocado por entidades sindicais e movimentos populares do campo e da cidade. 

IG


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