PERNAMBUCO

Com registro de óleo próximo à divisa com Alagoas, Pernambuco reforça monitoramento do litoral

Com o reaparecimento de manchas de óleo em Japaratinga e registro em Maragogi, praias alagoanas num trecho próximo à divisa com Pernambuco, as ações de monitoramento da costa pernambucana foram reforçadas, incluindo a utilização de um helicóptero do Grupamento Tático Aéreo (GTA) e de uma embarcação da Marinha. Um posto avançado foi montado em São José da Coroa Grande, no Litoral Sul do estado (veja vídeo acima).

Além do helicóptero e da embarcação que verificam se o produto chegou à costa pernambucana, mantas de absorção e boias de contenção foram enviadas para o posto avançado, em caso de aparecimento das manchas no mar. São José da Coroa Grande é a cidade mais próxima da divisa com Alagoas.

Por volta das 7h30 desta quinta (17), a aeronave partiu da sede do GTA, no Recife, para monitorar as praias do litoral pernambucano, sobretudo a área localizada na divisa com Alagoas.

Também nesta quinta, o Globocop, da Globo Nordeste, sobrevoou essa região e encontrou manchas escuras no mar no lado alagoano da divisa, mas até a publicação desta reportagem, não havia confirmação de que se trata do óleo que tem atingido o litoral.

“Estamos fazendo uma filmagem para que se identifique algum tipo de deslocamento [das manchas] no litoral pernambucano, para que a gente possa agir com boias de contenção e mantas de absorção providenciadas pela Marinha”, afirmou o secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, José Bertotti.

Além do monitoramento aéreo, equipes também trabalham no mar. “Uma embarcação também foi cedida pela Marinha para fazer o monitoramento costeiro. Caso essas manchas apareçam, o trabalho vai ser para tentar conter o produto ainda em alto-mar”, disse o secretário.

Cerca de 400 metros de boias de contenção e outros 400 metros de mantas chegaram às 9h30 desta quinta ao posto avançado de São José da Coroa Grande, que conta com voluntários da sociedade civil e dos governos federal, estadual e municipal.

“Essas manchas estão a cerca de 6 quilômetros daqui e vamos tentar retirar ainda no mar. Os pescadores têm o conhecimento dos ventos, dos canais que dá para navegar. Eles vão auxiliar nesse trabalho [de limpeza]”, relatou Ivan Aguiar, coordenador da Defesa Civil da cidade.

Segundo Bertotti, Pernambuco registrou o aparecimento das manchas de óleo no início de setembro. No dia 25 do mesmo mês, todos os locais que tiveram registro do produto já estavam totalmente limpos.

A reincidência, no entanto, não facilita o trabalho de identificação da origem do óleo, de acordo com o secretário.

“Ainda é uma situação muito complexa, porque não se sabe a quantidade nem há quanto tempo isso vem acontecendo. Existe um plano de contenção que não foi posto em prática em sua totalidade pelo governo federal”, disse Bertotti.

Desde o fim de agosto e início de setembro, diversas manchas de óleo têm aparecido em praias do Nordeste. Segundo o balanço do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) divulgado na quarta-feira (15), 178 localidades foram afetadas.

Reuniões

Nesta quinta (17), instituições que compõem a força-tarefa montada em Pernambuco, como a Secretaria e a Agência Estadual de Meio Ambiente, se reúnem na sede da Marinha, no Recife, para discutir ações de prevenção e contenção das manchas, em caso de aparecimento.

“Desde a quarta [16] a gente ficou reunido lá. Vamos centralizar as informações com a Capitania dos Portos, para que dali se trace algum alerta”, afirmou.

Essa é a segunda reunião geral sobre o tema em Pernambuco, já que outro encontro, com representantes dos nove estados do Nordeste, ocorreu no dia 1º de outubro.

A Prefeitura de Ipojuca criou um comitê municipal de crise, composto pelas Secretarias de Meio Ambiente e Controle Urbano, Turismo, Infraestrutura, Defesa Social, Saúde, Comunicação, Governo e Transporte. O objetivo é minimizar o impacto caso o óleo volte a atingir praias do município, como Porto de Galinhas e Maracaípe.

Monitoramento

Na quarta (16), o G1 mostrou que o monitoramento de imagens de satélite da costa brasileira para investigar a origem das manchas de óleo no Nordeste não encontrou indícios da substância na superfície marinha.

Segundo a Petrobras anunciou no mesmo dia, 200 toneladas de resíduos de óleo foram recolhidas em praias do Nordeste. A empresa disse que, desde 12 de setembro, mobilizou 1,7 mil agentes ambientais para a limpeza das praias e 50 funcionários para planejar a resposta ao desastre ambiental.

 


Do G1/PE


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