BRASIL

Cooperação Técnica entre startup franco-brasileira e Prefeitura de Biguaçu permite construir a primeira matriz epidemiológica da dengue no mundo

Numa iniciativa pioneira, a prefeitura de Biguaçu, cidade situada na região da grande Florianópolis, e a empresa de soluções tecnológicas Mooh!Tech, fundada no Recife, em 2017, com sedes em São Paulo e Paris, firmaram uma cooperação técnica para fazer uma matriz epidemiológica da Dengue, a primeira no mundo, e num estágio inicial, no município de Biguaçu.

 

Em meio às mudanças climáticas e o aquecimento global, esse ambiente é ideal para proliferação do mosquito da Dengue, o Aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre amarela urbana, além de outras doenças.

 

Expertise

 

A franco-brasileira Mooh!Tech já possui expertise na pesquisa científica, desde quando homologou no Ministério da Saúde e na Organização Mundial da Saúde (OMS), durante a pandemia da Covid-19, ao validar por meio de soluções tecnológicas de acreditação de status de vacinação e profilático, para jogos e eventos no Brasil.

 

Além da validação de soluções tecnológicas que podem ser usadas em qualquer cidade no mundo, a matriz que está sendo formatada com a Prefeitura de Biguaçu amplia o escopo para o desenvolvimento, avaliação e aplicação de inovações tecnológicas para uso do Sistema Único de Saúde (SUS) em conformidade com o Programa SUS Digital, com vistas à promoção da transformação digital do Sistema Único de Saúde.

 

Alta densidade de casos

 

A necessidade urgente do município de Biguaçu atesta-se pela alta densidade de casos, que sofre com superlotação de leitos no verão, chegando ao ponto de faltar vaga para cirurgias cardíacas, segundo informações das autoridades públicas brasileiras durante o ano de 2023.

 

“Como a nossa matriz é única pode ser compartilhada para qualquer cidade no mundo. Inicialmente, vamos utilizar em Biguaçu, a tecnologia do iPassport, uma das recomendações que sugerimos ao município. A solução é importante para ajudar no apoio à saúde pública”, explicou Everton Cruz, CEO da Mooh!Tech.

 

 

“A participação dos municípios nessas pesquisas é fundamental para o desenvolvimento da saúde pública no Brasil. Com integração dos dados da saúde, será possível melhorar a qualidade dos serviços prestados à população, reduzir os custos e promover a prevenção de maneira assertiva das doenças que assolam a população”, avalia Dgeisa Alves, responsável pelo Controle e Avaliação de serviços hospitalares na saúde de Biguaçu (SC).

 

O que é uma matriz epidemiológica

 

Segundo o CEO da Mooh!Tech, uma matriz epidemiológica é uma representação tabular de dados,  que organiza informações relacionadas a uma doença ou condição de saúde específica.

 

“Em geral, ela inclui variáveis como idade, sexo, localização geográfica, perído de tempo e outros fatores relevantes”, explica everton Cruz.

 

A ferramenta ajuda na análise de padrões epidemiológicos, na identificação de grupos de risco e na formulação de estratégias de prevenção e controle de doenças.

 

Cooperação público-privada visonária

 

“Projeto é visionário e inovador”, afirma a secretária de Saúde, Magali Eliane Pereira Prazres. Foto: Arquivo Pessoal

De acordo com a secretária de Saúde de Biguaçu, Magali Eliane Pereira Prazeres, a cooperação público-privada entre o município e a Mooh!Tech vai proporcionar uma metodologia parametrizada e inovadora, auxiliando a gestão na resolução e administração dos problemas.

 

 

“Nossa equipe multidisciplinar está empenhada em aplicar e desenvolver as metodologias científicas propostas pela empresa parceira, para a Matriz Epideomológica da dengue, a primeira no mundo, o que avlio em médio e longo prazo, vai causar impacto e melhora na saúde da população das mais variadas regiões”, disse a gestora de Saúde.

 

 

Ainda, segundo a secretária,  o projeto é visionário, o qual  a Secretaria de Saúde de Biguaçu está ajudando a desenvolver. “Impactará não apenas no controle de informações e dados sobre surtos, endemias ou epidemias, mas principalmente na gestão destes dados na saúde do município como um todo”.

 

Impactos da Dengue na saúde pública

 

Nos últimos anos, no Brasil, os impactos causados pelas endemias têm sido significativos para o SUS.

 

Dados do Ministério da Saúde, em 2022, registraram 1.016 óbitos por dengue, o que representou um aumento de 400% em relação a 2021, quando foram registrados 246 óbitos. Esse é o maior número de mortes por dengue registrado no Brasil desde 1980.

 

Pelo mundo, segundo a OMS, foram registrados 1,3 milhão de casos prováveis de dengue em 2022, o que resultou em 13 mil mortes. Isso significa um aumento de 30% em relação a 2021, enquanto o número de mortes aumentou em 50%.

 

O Brasil lidera a lista de casos no mundo, em 2022, com 1,2 milhão de casos, seguido da Indonésia, com 138 mil, Tailândia em terceiro, com 120 mil, Vietnã (100 mil) e Índia com 90 mil casos de dengue.

 

Na liderança de óbitos está a Indonésia, com 2 mil mortes; Brasil, em 2º com 1.016 mortes; Filipinas (1.000 mortes), Tailândia com 500 mortes e Vietnã, com 400 óbitos.

 

Gastos significativos com a endemia

 

O impacto financeiro do vírus da dengue na economia brasileira é estimado em R$2,5 bilhões para o sistema de saúde, incluindo despesas com internações, medicamentos, exames e outros procedimentos médicos.

 

“Acredito que a prevenção, o monitoramento, mais investimentos em pesquisas, vacinas, sejam caminhos a serem trilhados, tendo ao lado as soluções de tecnologia a serviço da saúde pública. A cooperação técnica com a Prefeitura de Biguaçu é o início de um extenso trabalho da Mooh em prol de minimizar a proliferação dos vetores do mosquito e dar mais segurança e assertividade às pesquisas científicas”, disse Cruz.


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