PERNAMBUCO

Data Magna em Pernambuco lembra a Revolução histórica de 6 de março de 1817

Por Luciana Leão

 

 

Pernambuco é meu País” não é uma simples citação. Tem um valor histórico nesta data, 6 de março, lá nos idos de 1817. A Data Magna, feriado em todo o estado de Pernambuco, nos leva ao século XIX, quando grupo de rebeldes inconformados com o tratamento dado pela Coroa Portuguesa à Província de Pernambuco, se rebelaram e instituíram, por 75 dias, o país Pernambuco.

 

Na proclamação do Governo Provisório, escrita pelo então padre Miguel Joaquim de Almeida e Castro, as palavras representaram o sentimento de repúdio, contra os altos tributos cobrados pela Coroa Portuguesa, e o anseio de justiça social frente à grande riqueza da produção da cana-de-açúcar produzida nos engenhos pernambucanos. Da planta, à época, o ouro branco, açúcar, exportado para Portugal.

 

Eis na íntegra a Proclamação do Governo Provisório de Pernambuco:

 

“Pernambucanos, estais tranquilos, apareceis na capital, o povo está contente, já não há distinção entre brasileiros e europeus, todos se conhecem irmãos, descendentes da mesma origem, habitantes do mesmo país, professores da mesma religião. Um Governo Provisório iluminado, escolhido entre todas as ordens do estado, preside a vossa felicidade; confiai no seu zelo e no seu patriotismo. 

 

A providência que dirigiu a obra, a levará ao termo. Vós vereis consolidar-se a vossa fortuna, vós sereis livres do peso de enormes tributos que gravam sobre vós; o vosso e nosso país, subirá ao ponto de grandeza que há muito o espera e vós colhereis o fruto dos trabalhos e do zelo dos vossos cidadãos.

 

 Ajudai-os com os vossos conselhos, eles serão ouvidos; com os vossos braços, a pátria espera por eles; a vossa aplicação à agricultura, uma nação rica e uma nação poderosa. A pátria é a nossa mãe comum, vós sois seus olhos, sois descendentes dos valerosos lusos, sois portugueses, sois americanos, sois brasileiros, sois pernambucanos.

 

Revolução Pernambucana de 1817

 

Em relatos da história , a Revolução Pernambucana começou em 6 de março de 1817, quando o militar português Manoel Joaquim Barbosa foi assassinado pelo capitão José de Barros Lima, que reagiu à voz de prisão por suposto envolvimento em conspiração contra o governo. Isso foi o estopim para a rebelião que rapidamente dominou o Recife.

 

O  então governador da capitania, Caetano Pinto de Miranda Montenegro, transferiu o governo para o Forte de Brum. Sem forças para reagir à revolta, ele fugiu em direção ao Rio de Janeiro. 

 

Os rebeldes assumiram o poder da capitania e instalaram um governo provisório, que tratou logo de adotar medidas que beneficiassem a elite local.

 

O movimento contou com a participação de vários grupos sociais, como a elite local, militares, comerciantes e padres. Os rebeldes defendiam:

 

>a proclamação da República;

 

>o fim dos impostos cobrados por Dom João VI;

 

>a liberdade de imprensa e de culto;

 

>o aumento do soldo dos soldados;

 

>a instituição dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário);

 

>a manutenção do trabalho escravo.

 

Esse último item das reivindicações dos participantes da Revolução Pernambucana mostra que a camada mais pobre não participou das suas atividades. 

 

Ao mesmo tempo em que se pregava a instalação de um novo governo em Pernambuco que promovesse a igualdade e a liberdade, a escravidão seria mantida, ou seja, os negros escravos não seriam iguais aos novos governantes e nem conquistariam a liberdade. Em vários movimentos revolucionários da história no Brasil, observa-se isso.

 

Apoio das capitanias vizinhas e contragolpe da Coroa Portuguesa

 

O exemplo pernambucano conquistou o apoio de outras capitanias, como Rio Grande do Norte e Paraíba. Como os grupos que compuseram a revolução tinham interesses diversos, a divisão entre eles aconteceu. 

 

Dom João VI enviou suas tropas para a região e entrou em confronto com o governo provisório. Em 20 de maio de 1817, os revoltosos se entregaram ao general Luís do Rego Barreto. Por ordem do rei, eles tiveram penas exemplares, como o enforcamento e o fuzilamento em praça pública.

 

O grande líder da revolta pernambucana, Domingo José Martins, foi arcabuzado, e outras lideranças sofreram martírio severo. O capitão José de Barros Lima, por exemplo, foi enforcado e teve as mãos e cabeça decepadas e colocadas em exposição, e seu corpo foi arrastado pelas ruas de Recife.

 

O simbolismo da bandeira de Pernambuco

 

A bandeira de Pernambuco foi criada pelo pintor francês Jean-Baptiste Debret, que estava no Brasil na época, a pedido dos líderes da revolução. Ela foi inspirada na bandeira dos Estados Unidos da América, que era vista como um modelo de república democrática. A bandeira foi hasteada pela primeira vez no dia 6 de março de 1817, na Praça da República, no Recife.

 

Cores

 

As cores da bandeira são o branco, o vermelho, o amarelo e as cores do arco-íris. O branco representa a paz e a harmonia entre os pernambucanos. O vermelho representa o sangue derramado nas lutas pela liberdade e pela justiça. O amarelo representa a riqueza e a prosperidade do estado. As cores do arco-íris representam a diversidade e a tolerância entre os diferentes grupos sociais e culturais que compõem o povo pernambucano.

 

O arco-íris

 

O arco-íris é o elemento central da bandeira de Pernambuco. Ele simboliza a esperança e a união dos pernambucanos em busca de um futuro melhor. O arco-íris também remete à aliança entre Deus e os homens, segundo a tradição bíblica. Além disso, o arco-íris é uma referência ao clima tropical do estado, que tem chuvas frequentes seguidas de sol.

 

A estrela amarela

 

A estrela amarela no canto superior esquerdo da bandeira representa o estado de Pernambuco dentro da federação brasileira. Ela é a mesma estrela que aparece na bandeira nacional, representando o estado na constelação do Cruzeiro do Sul. A estrela também simboliza a luz da sabedoria e da ciência, que ilumina o caminho dos pernambucanos.

 

 

O sol

 

O sol vermelho no canto inferior direito da bandeira representa o calor e a energia do povo pernambucano, que tem uma personalidade forte e vibrante. O sol também simboliza o progresso e o desenvolvimento do estado, que se destaca nas áreas econômica, social e cultural.

 

 

A cruz vermelha

 

A cruz vermelha no meio do arco-íris representa a fé e a religiosidade dos pernambucanos, que são majoritariamente cristãos. A cruz também representa o sacrifício dos mártires da revolução de 1817, que morreram defendendo a liberdade e a independência do estado. A cruz é o símbolo da Ordem de Cristo, uma ordem religiosa e militar que teve grande influência na colonização do Brasil.

 

Fontes pesquisadas: Brasil Escola, Imaginários da Arte Brasileira, Wilkipédia


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