O Case do Porto Digital, polo de tecnologia instalado no Recife, foi apresentado no último dia da reunião do Grupo de Trabalho de Pesquisa e Inovação do G20. Os integrantes conheceram in loco exemplos e soluções inovadoras que possam inspirar novos projetos e programas.
O Porto Digital é o maior parque tecnológico urbano e aberto do Brasil e hoje é um exemplo mundial de como a inovação pode revitalizar áreas urbanas. Fundado no início dos anos 2000, o Porto Digital transformou o Centro Histórico da cidade de Recife, gerando empregos e promovendo inclusão social por meio de incentivos do Poder Público e políticas urbanísticas.
“Houve incentivo fiscal para as empresas atuarem na zona central e, a partir disso, o impacto na geração de emprego e transformação social foi significativo”, afirmou o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena.
Atualmente o parque tecnológico ocupa uma área de 171 hectares, com iniciativas de tecnologia e economia criativa. Mais de 400 empresas, órgãos governamentais e de fomento fazem parte do Porto Digital, gerando mais de 13 mil empregos diretos.
Áreas de atuação
Os empreendimentos estabelecidos atuam em áreas como desenvolvimento de software, games, animação, design, comunicação e tecnologia da informação.
A inovação aberta é um conceito central nas ações do Porto, com a troca de experiência entre diferentes cidades e regiões sendo plenamente incentivada. Diferente do modelo tradicional, onde as ideias são geradas e desenvolvidas internamente e de forma fechada, no Porto Digital há colaboração externa. Empresas, startups, universidades e instituições públicas compartilham conhecimentos e recursos para criar soluções e oferecer oportunidades de qualificação e empregos melhor remunerados.
A iniciativa tem um forte compromisso com a inclusão social, com programas de capacitação e formação profissional são oferecidos à população, preparando jovens e adultos para o mercado. Com reconhecimento internacional, o Porto Digital é um modelo de inovação aberta que promove o desenvolvimento sustentável.
Painel destaca ações dos governos e empresas na promoção da inovação aberta
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Já na tarde de quinta-feira (23), no Cais do Sertão, a reunião do G20 sobre Pesquisa e Inovação apresentou exemplos da importância da inovação aberta no desenvolvimento social e econômico dos territórios.
O diretor de inovação da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Governo do Estado de Pernambuco, César Andrade, disse que o governo percebeu a falta de pessoal qualificado para trabalhar com tecnologia e a importância de criar um ecossistema de formação e capacitação profissional.
“Este processo ao mesmo tempo auxilia na diminuição de desigualdades e qualifica pessoas e empresas, com impacto social positivo”, explicou Andrade.
Inclusão social
Felipe Cadena, chefe de Transformação Digital da Prefeitura de Recife, acredita que o problema social enfrentado na cidade foi reduzido ao dar oportunidades a uma camada da população que não tinha acesso a empregos qualificados, muitas vezes por falhas no sistema educacional.
O treinamento de pessoas em situação de vulnerabilidade e periférica possibilitou a entrada de uma parte excluída da população no mercado de trabalho.
Cadena citou o exemplo da parceria com a África do Sul, próxima presidência do G20, sobre como um projeto com práticas compartilhadas está enfrentando o problema dos ataques de tubarão a banhistas, situação comum entre o país africano e a cidade. Os desafios e aprendizados com o monitoramento são compartilhados, o que beneficia a todos.
Participou ainda do debate o representante do Centro de Estudos e Sistemas Avançados de Recife (Cesar), César França, que falou sobre a colaboração entre startups, governo e academia. “É importante chamar os estudantes para trabalhar e alcançar soluções para problemas reais de empresas e indústria,em um processo que os qualifica profissionalmente” defendeu.
Com esta rede de Inovação, “queremos mostrar um lado novo e empolgante do nosso país. Buscamos mostrar como diferentes partes do Brasil constroem seu futuro através da ciência, tecnologia e inovação”, disse por carta o embaixador Lineu Pupo De Paula, Chefe do Escritório Regional do Ministério das Relações Exteriores.
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