BRASIL

DER investirá R$ 25 mi em conservação de estradas, revela diretor de obras

O engenheiro Hélio Paredes Cunha Lima é diretor de Obras do DER. Nesta entrevista para a Revista NORDESTE, o diretor revela edital para contração de empresa que fará manutenção das estradas da Paraíba e aponta avanços.

NORDESTE: O senhor poderia falar um pouco sobre a Diretoria de Operações?

Hélio Cunha Lima: O DER não é só fazer estrada, tem que fazer e conservar. Então é um grande problema nosso de conservação das estradas porque as pessoas não tem aquele olhar para conservar uma estrada, muitas vezes existe invasão da nossa faixa de domínio, as pessoas constroem na faixa de domínio, a drenagem que é feita… a estrada só tem uma boa vida útil se tiver uma boa drenagem. A água acaba com a estrada. Então o DER tem suas 8 Residências Rodoviárias, espalhadas no Estado, que cuidam da manutenção dessas estradas, porque não adianta só fazer, fazer. Tem que tapar buraco, limpar entrada cheia de mato. Além das nossas residências cuidarem das estradas, estamos concluindo uma grande licitação de R$ 25 milhões para contratar também firmas que façam a manutenção, a exemplo do que o DNIT faz. Não adianta construir e não manter. Existe também problema de manutenção da sinalização, algumas pessoas, não sei porquê, roubam as sinalizações para fazer alguma coisa. Pegam aquele poste de madeira das placas para usar em construção. As defensas, nós encontramos uma sendo usada em um chiqueiro de porcos. Defensa é aquela parte metálica que protege nas curvas. Aquilo protege de um acidente maior. Então nossas residências cuidam disso. As residências fazem parte da diretoria que hoje eu estou como diretor. Antigamente existiam duas diretorias, a diretoria de Obras e a de Manutenção. Com a crise, o governador orientou de fazer enxugamento da máquina e somou essas duas diretorias em uma só, aí virou Diretoria de Operações. O estado hoje tem 3,2 mil km de rodovias, o Governo Federal tem em torno de 1,5 mil e os Governos municipais tem em torno de 30 mil km de rodovias, você acha que é muito, mas quando pega esses 30 mil e divide por 223 municípios, dá 100 e pouco para cada município. Nós cuidamos desses 3,2 mil pavimentados e tem mais 2,5 mil a pavimentar, todo mês tem estadualização de novas rodovias. Isso acontece na Assembleia, os deputados pegam uma rodovia não pavimentada e estadualizam.

Revista Nordeste: Quantas estradas foram construídas desde o início do Programa Caminhos da Paraíba, em 2011?

Lima: Olha, estrada é uma coisa interessante. Porque você tem em quantidade de estrada e tem quilometragem. Por que são dois números. Muitas vezes uma estrada tem 100 km e outra tem 30 km. Aí você diz que são duas estradas.
Mas a gente pode dizer que foram pavimentadas 56 rodovias que antes eram estradas de terra. E restauradas, praticamente fazendo uma nova, 42. Então são 98 estradas que nós consideramos pavimentadas e entregues pelo Governo. Entre essas 56 de terra, existiam quando Ricardo Coutinho começou o Governo, 54 sedes de municípios que não tinham acesso pavimentado. Então, o Governo Ricardo Coutinho já pavimentou 40 desses 54 acessos de municípios e as outras estão em andamento para concluir até o final do ano. Até o final do ano, 54 municípios que não tinha acesso por estrada pavimentada sairão do isolamento. Com isso, todos os municípios da Paraíba terão acesso por via pavimentada. Na verdade, destes 54, três foram realizados pelo Governo Federal, porque ficavam à margem de uma BR. Então já foram inauguradas 40. E as outras 11 estão em andamento. Hoje, entre restauração e pavimentação, o Governo já fez 1.800km de estradas e tem mais 600 km em andamento. Então em breve, ainda este ano, vamos atingir 2.400 km de estrada, isso é um investimento de mais de R$ 1,2 bilhão. São 1.800 concluídas, 600 em andamento e acredito que irão surgir novas estradas ainda para aumentar esse número.

NORDESTE: Qual estratégia com o Caminhos da Paraíba?

Lima: No começo do Governo, quando Ricardo Coutinho sentou com a equipe do DER e com o mapa rodoviário da Paraíba, saltou aos olhos do Governador esses 54 municípios que não tinham acesso pavimentado, então esse foi o grande programa dele. Esse programa que tira as pessoas de isolamento a gente chama de Caminhos da Dignidade, porque dá dignidade as pessoas que moram naqueles municípios. Você tem município como Parari que tem mil e poucos habitantes, gastou-se mais de R$ 15 milhões para tirar do isolamento, então essas pessoas passaram a ter dignidade e Parari passou a constar no mapa da Paraíba. Então não é só as pessoas que moram no eixo João Pessoa – Campina Grande – Patos – Souza – Cajazeiras, que tinham esse privilégio de ter estrada pavimentada, agora todas as estradas, apesar de ser estrada pequena, o Governo de Ricardo está tirando do isolamento todos os municípios. Esse foi um grande ponto de planejamento, outras estradas que nós chamamos também de caminho do turismo. São estradas que vão incrementar o turismo, como o Governo fez a estrada de Mataraca na Barra de Camaratuba, uma estrada comprida, isso no Litoral Norte, está construindo agora a estrada que vai para Forte Velho, também no Litoral Norte, será inaugurado no próximo mês. No Litoral Sul fizemos o contorno de Jacumã, todo mundo sabe que no período de festa, de carnaval, passando por Jacumã perdia metade do dia. Foi inaugurado recentemente, o acesso à praia do Coqueirinho. Tudo isso faz parte do Caminho do Turismo. E temos outras obras como o Caminho da Produção, foi feita a restauração total daquela estrada que sai de Soledade até Picuí, que é chamada rodovia do Minério. Essa é uma rodovia de produção, tem a Rodovia da Integração, já foi entregue uma estrada que sai de perto de Patos, Quixaba, Passagem, Areia de Baraúnas, Salgadinho, Assunção, uma estrada de mais de 80 km. É chamada de reintegração porque está reintegrando essas cidades ao restante da Paraíba. E algumas estradas de integração de regiões, como uma estrada muito importante, que o Governo do Estado está concluindo, talvez entregue agora em Julho no máximo, que é uma estrada que liga o Vale do Piancó à região de Princesa Isabel. É uma estrada de mais de 30 km que está ligando Manaíra a Santana de Mangueira. Antes para passar no Vale do Piancó para chegar em Manaíra, você tinha que voltar a Patos, tinha que rodar mais de 200 km, e hoje com a integração dessas duas regiões, são 30 e poucos quilômetros

NORDESTE: Como a construção de estradas tem ajudado no desenvolvimento econômico das regiões recém conectadas?

Lima: Uma das primeiras estradas inauguradas pelo Governo Ricardo Coutinho, no dia 13 de outubro de 2011, foi a estrada de Lastro, na região de Sousa. E nós fomos lá e qual o desenvolvimento que chegou? Chegou um posto de gasolina, chegou supermercado, então tudo isso se desenvolve. Você deve saber que quando você mora em uma cidade que não tem acesso pavimentado, tudo é difícil. Os estudantes que saem para um centro maior, em um tempo de chuva, a buraqueira, a lama não deixam o pessoal sair. O Governador inaugurou agora, recentemente, uma estrada que é o acesso à Passagem, tirando-a do isolamento, foi feita uma grande ponte na entrada da cidade, porque nos tempos de chuva, os jovens da cidade que estudavam em Patos, que é o Centro maior, mais próximo, tinham que ficar a semana toda em Patos porque o Rio estava cheio e não conseguiam retornar para a cidade. Então isso é um grande desenvolvimento. A produção, as mercadorias, chegam mais baratas, porque o frete torna-se mais barato porque a estrada é melhor. A produção que é feita naquelas cidades, vão para outras cidades muito mais competitivas, porque elas chegaram a outras cidades, com o preço mais elevado devido ao frete também ser maior, então esse é o grande desenvolvimento que traz ao tirar a cidade do isolamento. Essas cidades, além de isoladas, eram desconhecidas. Por exemplo, o governador tirou no mês passado, do isolamento, a cidade de Coxixola. E antigamente quando as pessoas queriam que a outra fosse para um lugar bem ruim, bem longe, aí diziam, “vá para Coxixola”. E hoje ir para Coxixola é um presente, você está indo para uma cidade agradável, em uma bela estrada pavimentada naquela região do Cariri. O ditado “vai para Coxixola”, acabo. Não é mais o fim do mundo em termos da qualidade da estrada. E as pessoas agora vão conhecer a cidade, quem conhecia só de nome, por esse ditado, hoje pode ir a Coxixola, que é um povo trabalhador e tenho certeza que a cidade irá progredir bastante.
 


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