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Dia Mundial do Lúpus: saiba causas, sintomas e que especialista procurar para diagnóstico e tratamento

Esta terça-feira (10) é a data instituída para conscientizar a população. Doença não tem cura definitiva e diagnóstico é um processo complexo, segundo o médico Henrique Ataíde Mariz.

 

As dores e lesões causadas pelo lúpus podem ser confundidas com outras doenças, o que reforça a necessidade do esclarecimento dos sintomas e tratamentos possíveis. Nesta terça-feira (10), Dia Mundial do Lúpus, o médico reumatologista e professor da Universidade Federal de Pernambuco Henrique Ataíde Mariz respondeu algumas dúvidas em entrevista.

Ele explicou que o lúpus é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, o que significa que o sistema imunológico do paciente começa a agredir o próprio indivíduo.

“Em vez de agredir somente vírus, bactérias, [o sistema imunológico] começa a agredir, dando sintomas. Pode inflamar, por exemplo, as articulações e a pele, causando um problema que a gente precisa tentar aliviar agindo no sistema imunológico”, disse Mariz.

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o país não tem dados exatos do quantitativo de pessoas afetadas pela doença, mas estima-se que existam cerca de 65 mil pessoas com lúpus, sendo a maioria mulheres, representando 1,7 mil desse total.

De acordo com o médico, o diagnóstico da doença é feito por meio de exames laboratoriais e pode ser complexo, sendo necessário detalhar o quadro clínico do paciente com um cuidadoso exame físico e interpretar os exames com cautela. Ele compara o processo como um “quebra-cabeça que tem peças diferentes”.

Mariz também disse que o lúpus é uma doença com gravidades diferentes, tendo formas leves e graves.

“Existem diferentes formas clínicas. A frequentemente conhecida é o lúpus eritematoso sistêmico, mas existe uma forma que atinge somente a pele, a gente chama de lúpus cutâneo, e outras mais raras, como o lúpus induzido por medicamentos, que se chama lúpus induzido por drogas”, contou.

As dores originadas por outras doenças, como fibromialgia e chikungunya, são ocasionalmente associadas com o lúpus. O médico explicou que, em ambos os casos, é preciso ter uma avaliação cuidadosa de um reumatologista para entender qual doença está predominando.

“Chikungunya e fibromialgia são doenças que podem dar dores articulares e podem confundir com o quadro do lúpus. A fibromialgia é mais frequente em pacientes com lúpus, mas não necessariamente potencializa a doença, não altera o sistema imunológico, que é o principal problema do lúpus”, declarou.

O reumatologista é o profissional da saúde que cuida de problemas inflamatórios, nas articulações ou nos tecidos que as cercam. Segundo o especialista, médicos dermatologistas também podem auxiliar quando os sintomas do lúpus aparecem na pele. Em todo caso, o primeiro cuidado é buscar ajuda médica, recomentou Mariz.

“O dermatologista tem um papel fundamental porque ele pode identificar a lesão e encaminhar para o reumatologista posteriormente. Mas, se o paciente tiver outras manifestações além das lesões de pele, principalmente as dores articulares, o reumatologista é o profissional indicado para também fazer o diagnóstico precoce”, disse o médico.

Outro cuidado a ser tomado é com a exposição ao sol, mesmo que a doença esteja em um estágio controlado. Mariz afirmou que, devido ao sistema imunológico debilitado, a agressão do sol à pele pode ser interpretada pelo corpo como algo estranho e dar início a um processo inflamatório.

Apesar de o lúpus não ter uma cura definitiva, o médico declarou que é possível controlar e tratar a doença.

“A gente não tem cura para lúpus, mas a mensagem positiva é que a gente consegue controlar, principalmente as formas leves. Temos tratamentos que têm melhorado e eu diria que, em pacientes que têm a forma leve, a gente consegue um bom controle com uma boa qualidade de vida”, contou Mariz.

 

*g1pe

 


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