POLÍTICA

Dilma assume defesa das contas de 2014 ao TCU

A presidente Dilma e o Advogado Geral da União, Luís Inácio Adams, na reunião marcada para o final do dia de ontem (3ª. Feira, 21/7), planejavam acertar os detalhes finais do documento que será apresentado nesta quarta-feira 22 ao TCU, em resposta às 13 irregularidades nas contas de 2014 apontadas pelo relator Augusto Nardes. A dúvida realmente importante sobre o documento era sobre a conveniência de Dilma assinar ou não um documento que diz respeito ao governo, e não à sua pessoa. Este detalhe foi muito discutido ontem à noite na reunião de Dilma com auxiliares diretos e os presidentes dos três maiores bancos oficiais (Caixa, Banco do Brasil e BNDES). A tendência, ontem, era deixar que Adams assinasse o documento, embora Nardes tenha cobrado respostas diretamente a Dilma.

A defesa junto ao TCU era hoje a prioridade no Palácio do Planalto, onde nem houve surpresa com a pesquisa CNT/MDA e a nova queda da avaliação positiva do governo para 7,7%, contra 70,9% de avaliação negativa. Segundo um ministro de Dilma, já se esperava para o mês de julho a descida ao que pode ser o “fundo do poço”. Para que a recuperação tenha início, o primeiro desafio do governo é vencer a batalha da aprovação das contas, de preferência no TCU e no Congresso. Este é um dos assuntos que alimentam o noticiário sobre eventual impeachment, que segundo a pesquisa MDA teria o apoio de 62,8% dos entrevistados. Tirá-lo de pauta será um grande passo, embora vá restar a aposta na cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE.

Segundo esta mesma fonte, Dilma aprovou as explicações e avaliou o documento como tecnicamente consistente. Fez uso de sua conhecida tática de “espancar projeto” e concluiu que ele “para de pé”. Por outro lado, já estaria havendo, por conta de uma ação política, mudança positiva na disposição de alguns ministros do TCU em relação às contas do governo. Numa corte de nove ministros, o governo precisará do voto de cinco para derrotar o parecer de Nardes, que deve recomendar a rejeição das contas ao Congresso. Com a apresentação do documento de defesa, o Planalto acredita que poderá obter estes votos.

De todo modo, haverá a segunda batalha, no Congresso, que tem a palavra final sobre as contas. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, agora rompido com o governo, deve tentar votar e rejeitar as contas no curto prazo, o que daria ensejo para a apreciação de um pedido de impeachment. Tanto que hoje ele listou, entre as primeiras matérias a serem votadas em agosto, a apreciação das contas presidenciais pendentes. Para esta batalha o governo se prepara tratando de unificar os aliados, consolidar a aliança com a parte leal do PMDB ligada a Michel Temer e manter alinhados os pequenos e médios partidos governistas.

Vencida esta parada, ainda haveria a do TSE, que não será para agora. Com esta vitória, o governo começaria a sair do fundo do poço, embora preveja de 30 ou 40 dias de tormenta, daqui para a frente, com Eduardo Cunha apostando no fim do mundo para todos.

Brasil 247

Por Tereza Cruvinel


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