BRASIL

Dilma dará reforço à equipe econômica e fará aceno para área social

A presidente Dilma Rousseff usará sua primeira reunião ministerial, marcada para a tarde desta terça-feira (27), para dar sustentação à nova equipe econômica, que virou alvo cada vez mais frequente de fogo amigo. A mensagem de confiança nos ministros Joaquim Levy, da Fazenda, e Nelson Barbosa, do Planejamento, virá acompanhada de um apelo pela austeridade nos gastos, diante da adversidade do cenário econômico. Dilma, entretanto, pretende aproveitar o encontro para amenizar o clima de desconfiança quanto ao ajuste fiscal com a promessa de que os programas sociais do governo seguirão sendo tratados como prioridade do governo.

O tom a ser imposto pela presidente é o de mostrar que as medidas para “apertar os cintos” nos gastos do governo são necessárias e não devem ser alvo de críticas entre integrantes do governo. O recado atinge diretamente o partido da própria presidente, que vem endurecendo sucessivamente os ataques a Joaquim Levy.

Dilma dirá que dará seguimento às conquistas de programas estratégicos como Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, avançando para construir a marca de seu segundo mandato na Educação, sob o slogan “Brasil, Pátria Educadora”.

Dilma deve fazer uma exposição inicial, que deverá ser transmitida pela imprensa oficial. Levy também deve ter espaço reservado ao microfone, para uma exposição sobre o cenário econômico mundial e o impacto esperado sobre a economia brasileira. Caberá ao ministro da Fazenda também a defesa das medidas fiscais encaradas como “vacinas” do governo no campo econômico. A meta já anunciada pela nova equipe é de um superávit primário equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e, 2% do PIB em 2016 e 2017.

Para dar reforço à área social, Dilma pediu à ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, que faça uma explanação sobre os programas de combate à miséria. O objetivo é mostrar que foi possível não recuar em programas como Bolsa Família e Brasil sem Miséria, comandados pela ministra, mesmo em momentos onde o cenário econômico mostrou-se adverso durante o primeiro mandato.

Discrição

Uma preocupação da presidente é usar a reunião reforçar um recado já repassado individualmente aos seus principais auxiliares. Nas conversas reservadas com diversos ministros, Dilma deixou claro que não quer divergências internas do governo expostas na imprensa. Por isso, ela pedirá aos ministros que sejam discretos.

A presidente quer evitar troca de farpas entre auxiliares na imprensa logo no início de janeiro, enquanto descansava em suas férias na Bahia. Na época, a presidente ficou incomodada com recados dados pelos jornais pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias. Também se queixou da declaração do novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, de que o governo poderia rever os critérios de reajuste do salário mínimo. As declarações de Barbosa provocaram a imediata ligação de Dilma que o fez emitir uma nota voltando atrás.

A ordem a ser dada pela presidente é de que os conflitos devem ser resolvidos internamente, sem recados entre ministros pelos jornais. Dilma deixará claro que, apesar dos diferentes perfis de seus ministros, o tom do governo será dado por ela.

 

(Do iG) 


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