BRASIL

Dilma minimiza apoio de Marina a Aécio

A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) minimizou neste domingo (12) o apoio de Marina Silva (PSB) à campanha do seu adversário Aécio Neves (PSDB) na corrida presidencial.

“Vários seguidores da outra candidatura, da Marina, vieram para a minha campanha. Por exemplo, o governador Ricardo Coutinho [governador da Paraíba], que no primeiro turno estava com a Marina. Várias outras pessoas de outros partidos".

Ela também defendeu suas propostas em detrimento das de Aécio. "Eu não sou a favor. Eu não sou a favor de várias questões que o meu adversário é. Nós não falhamos. Eles tinham outro alinhamento. Eles são a favor da independência do Banco Central, nós não somos. Eles são a favor de reduzir o papel dos bancos públicos, nós não somos. Porque reduzir o papel dos bancos públicos, é claro, significa acabar com a Minha Casa Minha Vida concretamente”, disse a presidente ao participar de uma visita a um CEU na zona sul da capital e firmar um termo de apoio ao projeto Candidato Amigo da Criança da Fundação Abrinq.

Dilma comentou ainda que não acredita na tese da transferência automática de votos porque cada eleitor tem o seu voto e é preciso respeitar sua autonomia.

“Eu acho que essa proximidade é compreensível. Ela tem proximidade maior com o programa econômico do Aécio e tem menos proximidade, de fato, com o programa social do meu governo e do governo do presidente Lula. Eu não credito que haja uma transferência automática de votos pra ninguém. Por que eu não acredito nisso? Porque eu acredito na democracia. A democracia é um regime que está baseado em vários pilares, mas tem dois que ela está baseada: todos nós somos iguais perante a lei. Uma pessoa um voto. O voto não é de ninguém. É de quem vai lá na urna e registra o voto. O voto não é de propriedade e nem minha nem de qualquer candidato”.

Dilma exaltou que, no confronto entre o projeto do PT e do PSDB, o programa do candidato adversário representa uma visão da economia que “quebrou o País três vezes, deixou o País com uma taxa de inflação de 25%, deixou o País com um desemprego de 11,5%, uma inflação de 12,5%”, relembrou Dilma.

A petista também traço paralelo entre as crises econômicas enfrentadas pelos governos petista e tucano. Lembrou que os tucanos usam como argumento para o fraco desempenho econômico do período Fernando Henrique Cardoso o fato de que enfrentaram uma crise “periférica” – a crise asiática – e que estão não pode ser comparada à crise econômica mundial enfrentada pelos governos Lula e Dilma, “a maior já registrada desde a quebra da Bolsa de Nova York em 1929”.

Estranhamento

Questionada sobre as denúncias do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousseff, cujos vídeos vazaram recentemente, Dilma enfatizou que estranha o vazamento seletivo dos depoimentos.

“Você tem um processo que é dividido em duas partes. Uma parte que é uma delação premiada e que o Ministério Público e a Polícia Federal comprovam se aquilo que o denunciante está falando procede ou não porque, senão, ele não pode aceitar a delação. Então: onde estão as provas consistentes? Na delação premiada, porque foi por isso que ela foi feita. Porque se não tivesse as provas consistentes, para que fazer delação? Agora, só divulgam um pedaço. O que eu digo é que é seletiva a divulgação. Eu sou a favor da divulgação ampla, geral e irrestrita. Doa a quem doer, atinja a quem atingir. O que é estranho é só divulgar um pedaço. Por que não toda?”, indagou, para completar a seguir. “Não adianta só investigar a divulgar. Chega na hora da condenação, absolve. Isso também não adianta no Brasil. Ou pune ou nós não acabamos com a corrupção”.

Crianças

A presidente destacou que seu governo ajudou as prefeituras e os governos estaduais ao repassar recursos para a construção de creches ou estabelecendo convênios com entidades privadas. “Nós já entregamos mais de 2 mil e tem 4 mil sendo construídos e mais umas 500, 600, em processo de contratação. A nossa meta era contratar6 mil creches. Vai ser bastante mais, em torno de 1,5 mil creches a mais”, sublinhou.

Dilma Rousseff lembrou que atualmente 89% das crianças na faixa de 4 a 5 anos já estão na pré-escola e estimou que a universalização prevista no Plano Nacional de Educação (PNE) deve ser alcançada até 2016.

A presidente aproveitou para fustigar seu adversário, Aécio Neves, e seu partido, o PSDB, lembrando que o Plano Nacional de Educação fora vetado anteriormente e impedia, por exemplo, que o governo federal construísse escolas técnicas federais. Mais tarde, enumerou os índices de mortalidade infantil de Minas Gerais, que teriam crescido no governo Aécio Neves no período 2003-2010.

“Enquanto o Brasil tinha uma redução [da mortalidade infantil] 33,1%, a de Minas Gerais foi a menor entre os grandes estados da Federação, incluído aí estados do Nordeste como Bahia, Ceará e Pernambuco. Eles [Minas] tiveram uma redução de 19% apenas” disparou a petista.

Segundo Dilma, a Bahia teve redução de 33,5%, enquanto São Paulo 21,1%, Paraná 27,3% e Pernambuco 52,9%.

 

(Do iG)


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