BRASIL

Dilma qualifica como “fato grave” execução de brasileiro na Indonésia

Como esperado, a presidente Dilma Rousseff criticou a decisão do governo da Indonésia de executar o brasileiro Rodrigo Goularte, condenado por tráfico de drogas. Por meio de nota assinada pela presidente, divulgada pouco mais de uma hora depois da morte do brasileiro, o secretário-geral do Itamaraty, Sérgio Danese expôs o desgaste na relação entre os dois países.

Dilma foi informada sobre a condenação durante o voo entre Recife, onde participou da inauguração de uma montadora, e Brasília.

Leia também:

Indonésia fuzila brasileiro condenado por tráfico de drogas

"Irei para o céu", disse brasileiro momentos antes de ser fuzilado na Indonésia

"O Governo brasileiro recebeu com profunda consternação a notícia da execução, na Indonésia, do cidadão brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, ocorrida na data de hoje, 28 de abril de 2015, pelo crime de tráfico de drogas", começa a nota.

O texto, lido por Danese, reforçou as tentativas do governo brasileiro, especialmente da presidente Dilma, de poupar o brasileiro, que teria problemas de saúde mental. "Em carta enviada ao seu homólogo indonésio, a Presidenta Dilma Rousseff havia reiterado seu apelo para que a pena capital fosse comutada, tendo em vista o quadro psiquiátrico do brasileiro, agravado pelo sofrimento que sua situação lhe provocava nos últimos anos", leu o representante do Itamaraty. "Lamentavelmente, as autoridades indonésias não foram sensíveis a esse apelo de caráter essencialmente humanitário", completou.

Ainda de acordo com a nota, Gularte foi acompanhado pelo governo brasileiro durante seus dez anos de prisão.

No trecho mais forte da nota, Dilma Rousseff deixa claro o desgaste na relação entre Brasil e Indonésia. "A execução de um segundo cidadão brasileiro na Indonésia, após o fuzilamento de Marco Archer Cardoso Moreira, em 18 de janeiro deste ano, constitui fato grave no âmbito das relações entre os dois países e fortalece a disposição brasileira de levar adiante, nos organismos internacionais de direitos humanos, os esforços pela abolição da pena capital", avaliou a presidente.


Reação do Itamaraty

O Ministério das Relações Exteriores confirmou por volta das 15h30 a morte de Goularte – um dos executados pelo governo da Indonésia na tarde desta terça-feira (28). Além de Goularte, foram executados outros seis estrangeiros e um indonésio.

Desde janeiro, quando Marco Archer, também brasileiro, foi executado por tráfico de drogas na Indonésia, a relação entre os dois países azedou. O momento mais agudo ocorreu em fevereiro, quando a presidente Dilma Rousseff se recusou a receber as credenciais do embaixador indonésio. 

IG


Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.

Recomendamos pra você


Receba Notícias no WhatsApp