BRASIL

Dilma Rousseff recebe nesta 2a a solidariedade dos Movimentos sociais

Na semana em que Senado deflagra o processo elegendo na segunda-feira a comissão especial processante, Dilma se apresenta mais afinada com os movimentos sociais do que com o PT, PC do B e parlamentares de esquerda que defendem a proposta de antecipação da eleição presidencial antes que o processo seja instaurado pelo Senado, lá pelo dia 15 de maio, determinando o afastamento inicial de Dilma por 180 dias, ou até que o julgamento seja concluído.

 

Na entrevista em Nova York, nesta sexta-feira, quando perguntada sobre a proposta de antecipação da eleição, ela voltou a dizer que tem o direito de defender seu mandato.

 

– Olhe, eu vou te falar: eu acho que o meu mandato é algo garantido por 54 milhões de votos do povo brasileiro. Eu não sou contra eleições de maneira alguma. Acho que uma coisa é eleição direta com o voto secreto das pessoas, com o povo brasileiro participando. Agora, acho que tem que ser me dado o direito de defender meu mandato. Eu não sou uma pessoa apegada a cargo. Agora, eu estou defendendo o meu mandato. Não tenho nenhuma… Não acuso ninguém que proponha eleição direta de golpismo, isso não é golpe, isso é outra discussão.

 

Mesmo antes do final do seu mandato? Perguntou um jornalista. E ela: “É outra discussão. Eles estão propondo, você pode aceitar ou não. Eu quero defender o meu mandato, não é? Eu tenho de defender meu mandato, eu devo isso aos meus 54 milhões de eleitores. O que não é admitido, gente, é um processo de impeachment que, na verdade, é uma eleição indireta travestida de processo de impeachment”.

 

A escolha de Dilma, portanto, é pelo enfrentamento do ritual no Senado, apesar das evidências de que o governo não terá votos para ganhar na comissão, nem para o prosseguimento do processo (por maioria simples de 41 votos no plenário) e tampouco para impedir sua condenação (por 28 votos no plenário). Os defensores da antecipação do pleito dizem que mais tarde será tarde. Uma vez afastada do cargo e recolhida ao Alvorada, ela já não poderá tomar a iniciativa da proposta que poderia agregar forças no Congresso e nas ruas, possibilitando a saída da crise pelo voto popular, evitando a posse de um governo que, pela falta de legitimidade, enfrentará enormes dificuldades e uma provável contestação interna, além de propiciar à própria Dilma uma saída mais altaneira.


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