MARANHÃO

Doenças causadas pelo Aedes ainda deixam hospitais cheios

Há três dias o repositor de mercadorias Luís Fernando Sousa dos Santos, 23 anos, está com problemas de saúde. No sábado, dia 4, ele foi à Unidade Mista do São Bernardo e segundo o médico que o atendeu, os sintomas são de febre chikungunya, uma das três doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Sem melhoras, ontem ele procurou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade Operária. Assim como ele, muitas pessoas têm lotado as unidades de saúde com sintomas das doenças transmitidas pelo mosquito.

Desde o início da campanha “Todos na Guerra Contra o Mosquito”, realizada pela Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), 16 ações já foram realizadas em bairros da capital. A última delas aconteceu na sexta-feira, dia 3, na Vila Nova República e bairros adjacentes. Durante a ação, mais de 350 profissionais, entre agentes de controle de endemias, supervisores, agentes de pontos estratégicos e agentes de educação em saúde, vistoriaram mais de 9 mil imóveis nas comunidades Vila Nova República, Vila Sarney, Vila Esperança, Vila Itamar, Maracanã e Residencial 21 de abril.

O objetivo da campanha é combater o mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, febre chikungunya e zika vírus. Apesar das ações constantes, muita gente ainda está adoecendo por causa das três doenças. Luís Fernando Sousa dos Santos começou a sentir febre e dores nas articulações no sábado, dia 4. Após receber o primeiro atendimento na Unidade Mista do São Bernardo, o repositor de mercadorias não apresentou melhoras e voltou à unidade de saúde na manhã de ontem. “Mas quando eu cheguei lá, estava muito cheio, então, vim para a UPA”, informou.

Alívio

A lotação nas unidades de saúde da rede pública em São Luís é reflexo do grande número de pessoas que têm buscado atendimento com sintomas de uma das três doenças. Após ser atendido na UPA, ele voltou para casa com a esperança de melhorar os sintomas. “Pelo que vi, demora um pouco até a pessoa se recuperar, mas eu não quis ficar em casa com as dores que estava sentindo. Mesmo que a gente não fique bom rápido, a medicação dá um alívio”, disse Luís Fernando Sousa dos Santos.

A SES informou que de 3 de janeiro até 14 de maio de 2016, foram notificados mais de 25 mil casos das doenças transmitidas pelo Aedes, no Maranhão. A maioria dos casos notificados e confirmados são de dengue. A febre chikungunya aparece em seguida em total de casos notificados. Apesar de ter o menor número de casos notificados, o zika vírus preocupa por causa da microcefalia. De acordo com boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o Maranhão ocupa o 3º lugar no ranking de estados com mais casos confirmados de microcefalia no país.

Além da Vila Nova República e adjacências, os bairros São Francisco, Ilhinha, São Raimundo, Pontal da Ilha, Vinhais, São Cristóvão, Ipem São Cristóvão, Cohapan, Cohab, Cohatrac e Cidade Operária estão entre os que já receberam a ação de combate ao mosquito. Mas a população também precisa fazer sua parte, não jogando lixo nas ruas e não acumulando água de forma irregular, frisam as equipes que estão trabalhando no combate ao Aedes.

 

Números

19.213 casos de dengue foram notificados este ano no Maranhão

17.272 casos de dengue foram confirmados este ano no Maranhão

1.941 casos de dengue estão em investigação este ano no Maranhão

4.031 casos de febre chikungunya foram notificados este ano no Maranhão

2.438 casos de zika vírus foram notificados este ano no Maranhão

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde referente ao período de 3 de janeiro a 14 de maio

 

De acordo com o Ministério da Saúde, os principais sintomas das três doenças são:

 

Dengue

Dor de cabeça: intensa

Manchas: a partir do 4° dia (30 – 50% dos casos)

Febre: acima de 38°C (4 – 7 dias)

Coceira: leve

Inchaço nas articulações: raro

Acometimento neurológico: raro

Dor articular: leve

Dor nos músculos: intensa

Manifestações Hemorrágicas: moderadas

 

Chikungunya

Dor de cabeça: moderada

Manchas: a partir do 2° ao 5° dia (50% dos casos)

Febre: acima de 38°C (2 – 3 dias)

Coceira: leve

Inchaço nas articulações: frequente (moderada a intensa)

Acometimento neurológico: Raro

Dor articular: frequente (moderada a intensa)

Dor nos músculos: intensa

Manifestações Hemorrágicas: leve

 

Zika

Dor de cabeça: moderada

Manchas: a partir do 1° ou 2° dia (90 a 100% dos casos)

Febre: até 38°C (1 – 2 dias)

Coceira: moderada a intensa

Inchaço nas articulações: frequente (leve intensidade)

Acometimento neurológico: mais freqüente que Dengue e Chikungunya

Dor articular: moderada

Dor nos músculos: moderada

Imirante


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