CEARÁ

Sobrevivente: Edifício tremeu 3 vezes antes de desabar

Por G1/CE

Um dos sobreviventes do desabamento do Edifício Andrea, em Fortaleza, afirmou ter sentido o prédio “chacoalhar” por três vezes antes de desmoronar. Fernando Marques, de 20 anos, foi o primeiro resgatado com vida dos escombros, em 15 de outubro, data da tragédia. O Portal G1 teve acesso ao depoimento do jovem, prestado nesta quinta-feira (24), no 4º Distrito Policial, no Bairro São João do Tauape.

Em seu relato, Fernando reafirma o início das obras no dia 14 de outubro. Ele não chegou a presenciar a reforma das colunas do prédio, pois estava há quatro dias sem sair do apartamento 302, onde morava, em função dos estudos. Contudo, conta ter ouvido o barulho vindo da intervenção nas estruturas.

Fernando morava com a mãe, Rosane Marques de Menezes, morta no desabamento. No momento da queda, ainda segundo o depoimento, ele estava no próprio quarto estudando, enquanto a mãe possivelmente estava no quarto dela, pois se preparava para sair.

Rosane não conseguiu escapar com vida. O corpo foi retirado das ruínas na noite de 17 de outubro. Além da mãe, Felipe perdeu também no desabamento o avô e a avó, Vicente de Paula e de Izaura Marques Menezes. Ambos moravam no apartamento 502.

Momento da queda

Vídeo mostra trabalhadores fazendo reparos em colunas antes do desabamento

O edifício ruiu logo depois de ter balançado pela terceira vez, conta Felipe. O depoimento detalha como o jovem percebeu a queda: “nesse momento ficou como se tivesse perdido o chão. Ao cair, ficou com o braço esquerdo, pés e parte do tronco preso pelos escombros, bem como soterrado pelos escombros”.

Felipe diz ter ficado sentado, sem conseguir mexer o corpo. Gritou pedindo por ajuda e, instantes depois, ouviu vozes de pessoas. Em alguns minutos foi resgatado por uma equipe do Corpo de Bombeiros e conduzido em uma ambulância a um hospital particular, onde foi atendido e recebeu alta no mesmo dia, por volta das 22h.

Sete sobreviventes e nove mortos

O Edifício Andrea desabou às 10h28 do dia 15 de outubro. O prédio ficava no cruzamento das ruas Tibúrcio Cavalcante e Tomás Acioli, no Bairro Dionísio Torres. A operação de resgate do Corpo de Bombeiros durou cinco dias, sendo encerrada na tarde de sábado, 19 de outubro, quando a última pessoa desaparecida foi localizada. Nove pessoas morreram e sete foram resgatadas com vida.


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