Edinho Barbosa, baiano de vários dotes intelectuais, resolve lembrar da Seleção de 1970 como referência neste domingo

O jornalista, publicitário, pensador, marqueteiro e mais recentemente dialogador com as novas invenções digitais, Edinho Barbosa, baiano da gema, resolveu expor opinião sobre o futebol em pleno dia da decisão do Brasil com a Argentina lembrando amselecao de 1970. Tem valores similares a considerar.

Eis o texto dele na integra:

Tenho 63 anos e sou boleiro raiz, Cruz de Malta do Irará e flamenguista desde que sempre. A canarinha foi o meu pendão no futebol da alegria substantiva, do verdadeiro jogo da bola.

Felix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo. Clodoaldo, Gerson e Rivelino. Jairzinho, Pelé e Tostão, em 1970, foram capazes de superar, no meu coração adolescente à época, a razão oposicionista à ditadura do tenebroso general Emílio Garrastazu Medici, patrono maior da violência praticada pela ditadura militar, derivada do golpe de 1964.

Mesmo angustiado pela pressão da consciência política juvenil ainda, torci pelo tri campeonato mundial de futebol do Brasil. Jamais vibrei contra a seleção brasileira. Mas hoje não tem jeito.

Peço aos deuses do futebol que o Brasil perca o jogo para a Argentina. Cada gol do adversário será como um protesto paradoxal da verdadeira torcida, contra a COVA América inútil, que cinicamente fatura em cima da morte de 530 mil brasileiros. Pouco me importa o jogo, os números, a bolinha estéril e previsível desse time horroroso, do “titês” cafona, demodê, boçal.

Pouco me importa, mesmo que o resultado seja outro, e a derrota não aconteça. Mas, tristemente, dentro da minha modesta indignação, só uma balaiada argentina, poderá amenizar o despropósito dessa competição estupida, bolsonarista, irresponsável, dessarazoada, tanto quanto o presidente que a carimbou como sua.

Aliás, a atual direção do Brasil e a da Confederação Brasileira de Futebol se assemelham em quase tudo, na falta de ética, moral e eficiência, um desprezo completo pela torcida brasileira.