André Gustavo Vieira*
O resultado das eleições legislativas ontem, em Portugal, mostrou a força da direita, que obteve ampla maioria. O PSD, Partido Social Democrata, ganhou as eleições com uma diferença mínima para o Partido socialista. Como já era previsto, o partido de direita, CHEGA, obteve um expressivo resultado e passa a ser a única alternativa para a construção de uma sólida maioria.
O problema é que ao longo da campanha, o candidato Luis Montenegro deu demonstrações de arrogância e imaturidade, reiterando inúmeras vezes que não formaria governo com André Ventura, do CHEGA. Inclusive, com um discurso muitas vezes crítico e agressivo. A política também é a arte de buscar pontos de convergência, mesmo em casos extremos e neste ponto, faltou abertura para o diálogo e serenidade.
Após passar toda a campanha dizendo “NÃO” ao chega, a pergunta que fica agora é: NÃO É NÃO MESMO? Pelo visto o NÃO poderá virar SIM.
E nesse contexto, o PSD e Montenegro irão governar com um partido que referiu-se a eles como “UMA ESPÉCIE DE PROSTITUTA”. Eu pergunto: E quem governa com quem refere-se a você desta forma é o que?
Se Montenegro tivesse baixado um pouco a bola e entendido que tudo tem o seu tempo e tivesse apenas focado no que era importante, não estaria agora correndo o risco de engolir o NÃO e dizer um SIM, mas a verdade é que a vitória pequena do PSD não é capaz de dar ao país a estabilidade que ele precisa.
Agora virão as cenas dos próximos capítulos esperando-se que prevaleça o bom senso e que se entenda o claro recado dado pelos portugueses nas urnas.
*André Gustavo Vieira – ex-coordenador das campanhas legislativas vitoriosas do PSD em 2011 e 2015
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