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Eleições no EUA: Trump teve US$ 287 milhões em dívidas perdoadas desde 2010, diz jornal

O presidente dos Estados Unidos e candidato a reeleição, Donald Trump, teve mais de US$ 287 milhões em dívidas perdoadas desde 2010, revelou na terça-feira (27) o jornal “The New York Times”.

Os registros de imposto de renda do presidente americano, obtidos pelo jornal, mostram que a grande maioria da dívida perdoada pelos credores está relacionada ao projeto de um prédio de 92 andares em Chicago, o Trump International Hotel & Tower.

O projeto incluía 486 unidades de condomínio, 339 quartos de hotel, restaurantes, um bar, dois estacionamentos, um clube de saúde, um spa e um espaço de convenções e de varejo.

Segundo o “NYT”, “como Trump encontrou problemas em Chicago – e manobrou para sair deles – é um estudo de caso do jeito Trump de fazer negócios”.

Agora, as dívidas perdoadas fazem parte de uma investigação sobre os negócios do presidente americano conduzida pelo procurador-geral de Nova York.

Essas dívidas normalmente gerariam uma grande cobrança de impostos, pois a Receita Federal americana trata as dívidas canceladas como receita. Mas o jornal diz que Trump parece não ter pago quase nenhum imposto de renda sobre o valor por causa de grandes perdas em outros negócios.

Alan Garten, diretor jurídico da Trump Organization, disse ao “NYT” que Trump e sua empresa contabilizaram e pagaram todos os impostos devidos sobre as dívidas perdoadas.

“Todas essas transações foram realizadas em condições normais de mercado, voluntariamente celebradas entre partes sofisticadas, muitos anos atrás, após a crise financeira global de 2008 e o colapso resultante dos mercados imobiliários”, disse o diretor jurídico da Trump Organization.

Homem de negócios
Segundo a reportagem, o empreendimento encontrou problemas financeiros, com atraso na construção e dificuldade de vender os espaços disponíveis, mas os devedores não só deram mais tempo para Trump pagar a dívida como emprestaram mais dinheiro depois – e ainda foram processados pelo presidente dos EUA.

Para o jornal, a experiência em Chicago é o exemplo mais recente “da capacidade de Trump de estreitar laços com instituições financeiras e explorar o código tributário americano para amortecer o golpe de seus repetidos fracassos nos negócios”.

A reportagem diz que Trump conseguiu um empréstimo de mais de US$ 700 milhões para o projeto em Chicago e foi ao Deutsche Bank. O banco concordou em emprestar US$ 640 milhões e, após atrasos na construção, o débito venceu enquanto partes do prédio ainda estavam inacabadas.

O Deutsche primeiro concedeu uma prorrogação no empréstimo, mas depois negou um pedido de prorrogação adicional. Foi quando Trump processou o banco, junto com o Fortress Investment Group – que havia fornecido um empréstimo de US$ 130 milhões para o projeto – e outros bancos e fundos que haviam comprado parte desses empréstimos.

Trump, segundo o jornal, acusou o Deutsche Banck de “práticas predatórias de empréstimo”. O banco respondeu com sua própria ação judicial e exigiu o reembolso do empréstimo.

Em 2010, o Deutsche Bank, o Fortress e o então empresário chegaram a um acordo privado, cujos termos não foram divulgados. Segundo o jornal, as declarações de impostos de renda de Trump e um documento mostram que ele tinha cerca de US$ 270 milhões em dívidas do projeto.

Imposto de renda
A revelação faz parte de uma série de reportagens que o “New York Times” tem feito com base nos registros de imposto de renda do presidente americano – que ele sempre se negou a revelar, ao contrário de todos os seus antecessores.

O jornal publicou que Trump não pagou nenhum imposto de renda federal em 10 dos 15 anos, entre 2000 e 2015, por alegar que perdeu mais dinheiro do que ganhou.

O “NYT” também revelou que o presidente dos EUA pagou apenas US$ 750 em impostos federais tanto no ano em que foi eleito quanto no seu primeiro ano na Casa Branca.

Trump negou a história quando ela foi divulgada e afirmou que pagava “muito” em impostos de renda federais.

Recentemente, reportagem do jornal também mostrou que uma empresa do presidente americano tinha uma conta não revelada na China.

Segundo o jornal, a empresa pagou US$ 188,5 mil em impostos no país entre 2013 e 2015 – o que virou alvo de piada na China.


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