BAHIA
A polícia da Ucrânia avançou, nesta terça-feira, contra um acampamento na capital, Kiev, ocupado há meses por opositores do governo. O dia foi palco das piores cenas de violência do país nas últimas semanas: ao menos 20 pessoas – entre elas dois policiais – foram mortas nos confrontos entre manifestantes e forças de segurança, informaram autoridades na noite desta terça.
Dois líderes oposicionistas se reuniram nesta noite com o presidente Viktor Yanukovych, sem que se chegasse a um acordo sobre como pôr fim à crise.
Na tarde desta terça, a polícia ucraniana havia dado um ultimato aos manifestantes para que interrompessem os protestos até as 18h (hora local, 13h de Brasília). Sem o cumprimento do ultimato, o local – cujo acampamento havia sido majoritariamente pacífico desde que fora estabelecido, em novembro – foi cercado por policiais. O líder oposicionista Arseniy Yatsenyuk disse que os manifestantes não iriam recuar "um passo sequer" da praça.
"Não temos nenhum lugar para o qual recuar; a Ucrânia nos apoia. Não temos medo, só fé em nossa força, só solidariedade e unidade", afirmou.
Outro líder dos manifestantes, Vitaly Klitschko, instou mulheres e crianças a abandonar a praça, afirmando que não poderia "excluir a possibilidade de uso da força". Pouco antes das 18h locais, a polícia anunciou por alto-falantes que começaria uma "operação antiterror" e deu início a disparos de canhões de água contra os manifestantes. Também avançou com um tanque. Os manifestantes, por sua vez, alvejaram os policiais com pedras, fogos de artifício e bombas caseiras.
Há relatos de que os protestos estejam eclodindo também em outras cidades ucranianas, como Lviv e Ivano-Frankivsk (oeste).
Origem dos protestos
As manifestações começaram em novembro, quando Yanukovych decidiu não assinar um acordo de cooperação com a União Europeia, em favor de uma aproximação econômica com a Rússia.
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