POLÍTICA

Em Salvador, Lula assegura que não tem acordo com Eduardo Cunha

Negando novamente um suposto acordo do governo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alvo de inquérito por corrupção no STF, o ex-presidente Lula assegurou nesta sexta-feira 23 não ter acordo porque ele 'nem tem mandato para fazer acordo'.

"Não tem acordo porque eu não tenho nem mandato pra fazer acordo, e não tenho mandato da presidente Dilma. Ao invés de afundar ele, eu quero que ele bote em votação as coisas e deixe o processo seguir naturalmente", disse o ex-presidente, em entrevista ao jornalista Mário Kertész, de Salvador.

Lula está na Bahia para participar do seminário sobre o Plano Nacional de Educação (PNE) e de reuniões com a base aliada na capital. Na noite desta quinta-feira 22, ele participou, ao lado do governador da Bahia, Rui Costa (PT), do lançamento da "Caravana de Parlamentares em Defesa do PT e do Brasil", que pretende percorrer as principais cidades do Brasil realizando debates com a sociedade nos próximos meses.

"Eduardo Cunha tem o direito de defesa que eu quero pra mim, pra você, pra Dilma… tem o direito de se defender. E se for culpado, vai pagar como todo mundo desse país", ressaltou o ex-presidente.

Ao falar em 2018, disse que a oposição tem medo de seu retorno, mesmo que ele não tenha sido confirmado, e anunciou que vai "começar a bater asas". "Já estão preocupados com evitar a possibilidade – que eu nunca disse que vou voltar – de o Lula voltar. 'Temos que colocar um monte de bazuca e queimar fogo todo dia nesse bailinho pra ele não se meter a besta'. Vou ficar parado ouvindo? Não, vou conversar com o povo brasileiro que é o que eu sei fazer e mostrar por que esse ódio, por que essa intolerância."

"Eu perdi três eleições e voltava pra casa pra fazer outra. Eles perderam a quarta eleição e não se conformam. Porque eles tentam destruir a mandato de uma pessoa que nem começou. Vou começar a bater asas. Vou pro Nordeste, vou pra porta de fábrica. O país tem coisas muito mais importantes do que aquilo que aparece nas páginas e manchetes dos jornais", prosseguiu.

Sobre a tentativa da oposição de iniciar um processo de impeachment, criticou: "Não há nenhuma razão jurídica, nenhuma explicação a não ser a atitude irracional de querer fazer o impeachment. Eu não acredito, porque seria uma coisa tão irracional, de tanta instabilidade…"

"Eu não posso pedir impeachment teu porque não gostei de uma entrevista sua, ou porque você atrasou meia hora. Impeachment é um instrumento jurídico e político muito consequente, que tem que ser usado quando o presidente tenha desrespeitado a Constituição e a sociedade brasileira, que não é o caso da Dilma, que é uma mulher de uma moral e ética, que tem história nesse país", continuou.

Lula também negou ter pedido a saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda: "Não [pedi], seria desleal. Não tenho direito de fazer isso, não sou presidente". Sobre Aloizio Mercadante, atual ministro da Educação, descreveu como "quase um gênio de tão inteligente", mas com um "jeito de fazer política diferente do meu". Quanto ao baiano Jaques Wagner, que recentemente assumiu a Casa Civil, acredita que "ele pode ajudar muito a Dilma".

Brasil 247


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